segunda-feira, 19 de maio de 2014

“No é” pra assistir, é?





O filme Noé, estreou nas telonas da capital baiana, e de todo país, no último dia 3 dia de abril, mas ainda causa polêmica e discussões acerca de sua fidelidade à história na qual se inspira o enredo da superprodução hollywodiana.

A história bíblica de Noé inspirou a produção do filme homônimo que levou milhares de milhares de pessoas – muitos cristãos na expectativa de ver, finalmente, um enredo bíblico ganhar o universo da sétima arte – às salas de cinemas de todo país desde sua estreia.

Parte do público deixou os auditórios decepcionado.  O que se vê, ainda, principalmente nas redes sociais, são desabafos, ora contidos, ora revoltados, com as alterações feitas na história original.

Muitos internautas, como Wattson Victor, 22 anos, se preocuparam em pontuar as "inverdades" contidas no filme de acordo com a Bíblia, segundo sua interpretação. Entre estas, citadas por Wattson: Noé é retratado com um homem perverso e mau, assim como o próprio Deus; os Nefilins (anjos caídos) são apresentados como monstros rochosos. Segundo ele, além de errar na forma, o filme os coloca como anjos caídos que se arrependem, e ajudam a Noé na construção da arca, alcançando no final a sua redenção. O que a Bíblia revela é que eles eram protagonistas na contaminação da raça humana, e jamais encontraram redenção; no filme, Noé entra com suamulher, seus 3 filhos, e com uma jovem estéril, a namorada de Sem. Cam e Jafé, os outros filhos de Noé, entram sem esposas, razão que justificou a rebelião de Cam para com seu pai, que o proibira de trazer uma mulher para si. A Bíblia conta que oito pessoas entraram na Arca (Noé, sua esposa, seus 3 filhos e 3 noras), e os mesmos já eram adultos. Portanto, não há nenhum intruso na Arca, pois a mesma representa a salvação de Deus num tempo de juízo, e somente entraram aqueles os quais ele permitiu entrar; dentre outras “heresias” – ensino que se afasta dos ensinamentos normais de uma tradução religiosa.

O jovem Pastor Rodrigo Dantas foi sincero em afirmar que esperava, sim, que a película cinematográfica sofresse intervenções até mesmo para caber num longa-metragem, visto que a história original de Noé descrita no Livro Sagrado é narrada apenas dos capítulos 6 ao 9 de Gênesis. “Não se espera que um filme seja literal”, disse o pastor, remetendo a outras produções que se inspiravam em fatos, mas mesmo assim tiveram um ou outro acréscimo fictício, como, por exemplo, o épico Titanic.

Para outros, como Iuri Miranda, é apenas mais um filme. O jovem de 21 anos não se importa com a inspiração buscada para o enredo do filme. “Não sou religioso e por isso não me preocupo se mudaram ou não o conteúdo”, e acrescenta a sua opinião, “o importante é que o filme é bom”.

Quem se interessar pela discussão pode assistir ao filme Noé nos principais cinemas da cidade e correr para os capítulos 6 a 9 do livro de Gênesis e tirar suas conclusões.


Por Alan Barbosa.

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