Há
quem diga que o Brasil é um país democrático e os rumos do país são tomados
pelo povo. Em teoria sim, mas na prática a dinastia que paira sobre alguns
estados da federação remete às capitanias hereditárias, que, ainda na época do
Brasil Colônia, eram comandados pelo ser supremo, o rei de Portugal, sendo que
os capitães donatários não poderiam vender as terras, apenas passá-las o
comando para um de seus herdeiros. Séculos depois, o Brasil, agora uma
federação democrática, ainda cheira àquele ranço de sucessão familiar.
O
exemplo clássico vem por conta do estado do Maranhão, onde, a atual governadora
do estado, Roseana Sarney (PMDB), pelo sobrenome, dispensa apresentações. Agora,
depois de quatro mandatos não contínuos, a governadora dá indício que apoiará o
filho do atual Ministro de Minas e Energia e também ex-governador do estado,
Edison Lobão. Lobão, o filho, é senador da república e dono de uma emissora de
televisão. Juntos, o grupo Mirante, da família Sarney, e o Sistema Difusora de
Televisão, da família Lobão, ditam as regras da TV maranhense. Será que ainda
resta dúvida de quem será o sucessor da atual governadora?
Em
pelo menos cinco estados, o sobrenome também pesa sobre os governadores. São
eles: Alagoas, onde Teotônio Vilela Filho (PSDB), sucessor de um ex-senador,
ex-governador e empresário do estado. Em Minas Gerais, o governador até 2010
era Aécio Neves (PSDB), neto de Tancredo Neves, que também dispensa
apresentação. No estado do Paraná, o atual governador, Beto Richa (PSDB), anos
depois, herdou o cargo de seu pai, José Richa, que foi governador do estado até
1986. Em Pernambuco, o governador até abril deste ano era Eduardo Campos (PSB),
neto do saudoso Miguel Arraes, nome forte no estado. Há também esse sistema no
maior estado do Brasil, São Paulo. O atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB) é
filho do saudoso José Geraldo Rodrigues de Alckmin, um juiz magistrado e professor. Além disso, foi ministro Supremo Tribula Federal, nomeado durante a
ditadura militar.
Há também exemplos de que ainda existe esperança no país
onde as dinastias ainda não ditam as
regras. No Distrito Federal, que, apesar de ter no sobrenome Filho, Agnelo
Queiroz (PT), o atual governador, é filho de um ex-servidor público. Na
Paraíba, o presente governador, Ricardo Coutinho (PSB), é filho de comerciante
e de costureira. Em Goiás, o atual
governador, apesar de ter também o sobrenome Júnior, Marconi Perillo (PSDB) é
filho de um comerciante.
O povo desconhece tamanha hereditariedade nos estados brasileiros. O aposentado Silvio Gondim se mostra espantado e afirma: "...é impressionante como temos tantos filhos, netos de políticos que fizeram tão mal a nosso país...". A estudante Mariana Rios também critica: "Eu já tinha uma ideia disso, mas não sabia ser tão forte".
O povo desconhece tamanha hereditariedade nos estados brasileiros. O aposentado Silvio Gondim se mostra espantado e afirma: "...é impressionante como temos tantos filhos, netos de políticos que fizeram tão mal a nosso país...". A estudante Mariana Rios também critica: "Eu já tinha uma ideia disso, mas não sabia ser tão forte".
Mas, a comparação feita lá no início da matéria com as
capitanias hereditárias é errada porque esses nomes não são nomeados por um
rei. Lei do engano, o rei, nesse caso da democracia é o povo, que, por sua vez,
é influenciado na maioria das vezes por quem? Pelo sistema de TVs, rádios e
jornais do país que estão sob o domínio dos herdeiros e,ainda, dos capitães das
capitanias brasileiras.
POR: Jean Cardoso Mendes
POR: Jean Cardoso Mendes
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