segunda-feira, 28 de abril de 2014

Programa quer reduzir evasão escolar e repetência em São Francisco do Conde

Jair Mendonça Jr.



O programa Educa Chico terá a missão de diminuir os índices de repetência, evasão e distorções de ano/série e idade, principalmente dos estudantes do curso noturno do município de São Francisco do Conde (distante 83 km de Salvador).Implementado pela prefeitura, o programa prevê a oferta aos alunos de uma bolsa anual, que varia de R$ 700 a R$ 1,2 mil.

Segundo Ana Chrystina, coordenadora do programa, cerca de 4 mil adolescentes, entre 16 e 20 anos, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental II participarão da jornada ampliada com aulas de português, matemática, física, química, dança, música, teatro e esporte, no contra-turno das aulas regulares.

“É uma forma de incentivar esses jovens a investirem em sua formação, aproveitando as ofertas de atividades oferecidas no cardápio do programa”, disse Ana.

“O dinheiro da bolsa deverá ser aplicado prioritariamente na formação desses jovens, em cursos que podem auxiliá-los, posteriormente, sobretudo, na formação técnica”, afirmou.

IDH

Com 37 mil habitantes, a cidade é a campeã em renda per capta no país, cerca de 300 mil reais por ano. Entretanto amarga a 2.743ª posição na lista que mede o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Em função disso, a prefeita Rilza Valentim festeja o lançamento do programa.“Como educadora, acredito que a educação é única forma de oferecer oportunidades para os jovens. Fui eleita prefeita e tenho o compromisso de promover a melhoria contínua do ensino público na minha terra”, disse.

Alfredo Gomes, vigilante e pai de dois adolescentes que estudam em escola pública, elogiou a iniciativa, mas cobrou mais escolas em tempo integral.“ Com certeza vai incentivar os jovens a não faltar a escola. Porem, minha irmã foi obrigada a dispensar um emprego porque não tem com quem deixar a filha, de 5 anos. Aqui não tem escola em tempo integral”, afirmou.

Aproveitamento

O resultado apresentado pelo aluno no final do ano letivo é o que vai determinar o valor da bolsa que receberá, explica Ana Crystina.

“A nota média no município é 5. Se o aluno conquistar nota acima da média e bom aproveitamento nas atividades complementares receberá quantias de forma escalonada. Por exemplo, quem tirar de 5 a 5,9, receberá R$ 700. Caso tire de 6,0 a 6,9, terá direito a R$ 1 mil. Acima da nota 7 será R$ 1,2 mil.

Ainda de acordo com Ana, tudo que for registrado nas atividades complementares será computado.O total de pontos, previamente determinado, que acrescido ao calculo da media padrão das disciplinas de português, matemática e ciências sociais e a aprovação no ano letivo habilitará o aluno a permanecer no programa.“O resultado irá habilitá-lo a receber a bolsa e permanecer no programa”, disse a coordenadora.

Critério

Segundo dados da prefeitura, cerca de 60% dos estudantes da rede pública de ensino são de famílias atendidas pelo Programa de Acolhimento Social (PAS), que tem como um dos objetivos complementar a renda familiar.


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