Jair Mendonça Jr.
O programa Educa Chico terá a missão de diminuir os índices de
repetência, evasão e distorções de ano/série e idade, principalmente dos
estudantes do curso noturno do município de São Francisco do Conde (distante 83
km de Salvador).Implementado pela prefeitura, o programa prevê a oferta aos
alunos de uma bolsa anual, que varia de R$ 700 a R$ 1,2 mil.
Segundo Ana Chrystina, coordenadora do programa, cerca de 4 mil
adolescentes, entre 16 e 20 anos, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental II
participarão da jornada ampliada com aulas de português, matemática, física,
química, dança, música, teatro e esporte, no contra-turno das aulas regulares.
“É uma forma de incentivar esses jovens a investirem em sua
formação, aproveitando as ofertas de atividades oferecidas no cardápio do
programa”, disse Ana.
“O dinheiro da bolsa deverá ser aplicado prioritariamente na
formação desses jovens, em cursos que podem auxiliá-los, posteriormente,
sobretudo, na formação técnica”, afirmou.
IDH
Com 37 mil habitantes, a cidade é a campeã em renda per capta no
país, cerca de 300 mil reais por ano. Entretanto amarga a 2.743ª posição na
lista que mede o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios
brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Em função disso, a prefeita Rilza Valentim festeja o lançamento
do programa.“Como educadora, acredito que a educação é única forma de oferecer
oportunidades para os jovens. Fui eleita prefeita e tenho o compromisso de
promover a melhoria contínua do ensino público na minha terra”, disse.
Alfredo Gomes, vigilante e pai de dois adolescentes que estudam
em escola pública, elogiou a iniciativa, mas cobrou mais escolas em tempo
integral.“ Com certeza vai incentivar os jovens a não faltar a escola. Porem,
minha irmã foi obrigada a dispensar um emprego porque não tem com quem deixar a
filha, de 5 anos. Aqui não tem escola em tempo integral”, afirmou.
Aproveitamento
O resultado apresentado pelo aluno no final do ano letivo é o
que vai determinar o valor da bolsa que receberá, explica Ana Crystina.
“A nota média no município é 5. Se o aluno conquistar nota acima
da média e bom aproveitamento nas atividades complementares receberá quantias
de forma escalonada. Por exemplo, quem tirar de 5 a 5,9, receberá R$ 700. Caso
tire de 6,0 a 6,9, terá direito a R$ 1 mil. Acima da nota 7 será R$ 1,2 mil.
Ainda de acordo com Ana, tudo que for registrado nas atividades
complementares será computado.O total de pontos, previamente determinado, que
acrescido ao calculo da media padrão das disciplinas de português, matemática e
ciências sociais e a aprovação no ano letivo habilitará o aluno a permanecer no
programa.“O resultado irá habilitá-lo a receber a bolsa e permanecer no
programa”, disse a coordenadora.
Critério
Segundo dados da prefeitura, cerca de 60% dos estudantes da rede
pública de ensino são de famílias atendidas pelo Programa de Acolhimento Social
(PAS), que tem como um dos objetivos complementar a renda familiar.
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