A "Jam no
Mam" é um evento que já faz parte da agenda dos soteropolitanos. Quem
nunca deu um pulinho na Jam com a desculpa de iniciar a noite bem, ao menos já
ouviu falar que ali é o lugar certo para a noitada de sábado começar a ganhar
contornos.
O lugar é
agradável, com uma vista romantizada pelos reflexos da lua na Baía de Todos os
Santos. É também carregado de uma nostalgia histórica e artística. Por ali já
passaram grandes nomes das artes visuais, como: Yoko Ono, Salvador Dalí,
Paul Gauguin, Henri Matisse, Pablo Picasso, Tarsila do Amaral, entre outros.
Hoje, também
funciona como plataforma de outra linguagem artística - a música, que surge
como uma boa opção para embalar o sábado. Há exatamente 21 anos, o antigo
casarão do Museu de Arte Moderna da Bahia - Solar do Unhão, localizado na
Avenida Contorno, recebe em suas dependências, o projeto da HUOL Criações - A
Jam no MAM.
O evento é
realizado em um espaço que durante a semana funciona também como
estacionamento. A sua principal atração é uma banda de jazz local, que sob a
regência do músico idealizador e mestre de cerimônia, o baterista Ivan Huol,
recebe grandes atrações nacionais como convidados. A Jam é sucesso de público,
seu início se dá sempre ao pôr do sol, que acaba funcionando como um pacto
acordado entre os músicos e os deuses, pois sempre que o sol se põe, os
instrumentos começam o seu balbuciar de um crescente melodioso, servindo como
embalo ao sono das deidades.
O cenário
geralmente é desenhado de forma artesanal em sua concepção, gambiarras unidas
por lâmpadas coloridas, que apesar da simplicidade no seu acabamento, não perde
a sua austeridade e sofisticação visual. A seleção musical também é de muito
bom gosto, o repertório passeia por grandes nomes do jazz, do blues e da bossa
nova, como Thelonius Monk, Tom Jobim, Ivan Lins etc.
Para o momento de
transição entre um ato e outro, que geralmente ocorre do cool jazz, estilo de
música que surgiu na década de 40, caracterizada por um ritmo mais lento,
melancólico, para o momento de improvisação, tendo o free jazz, estilo criado
por afros americanos, como ponte de intermédio entre os gêneros, acaba sendo o
ponto alto da noite. Momento em que o público aproveita para mexer o corpo
timidamente seguido de aplausos e assobios.
Para o final da Jam
são reservadas dentro do set list da banda, músicas mais conhecidas do grande
público, que se sente mais á vontade para interagir com os músicos, na inserção
de motivos bossa-novista no repertório, podendo até escutar um ou outro
cantando parte das letras destas músicas. É quando de fato se percebe que o
público está mergulhado na ambiência jazzística proposta pelo espetáculo.
A tranquilidade
misturada à ambiência histórica e artística do local, além da música para
embalar os papos e a paquera que rola solta, são os motivos que levam a
estudante de Geografia, Glade Nogueira, ao Jazz no MAM.
O evento também
funciona como ponto de encontro entre amigos e contempla tanto os ouvintes de
jazz, quanto àqueles que só estão ali, por conta de seu círculo de amizades. A
faixa etária do público é bem diversa, de crianças até idosos. O valor é
acessível e é uma boa pedida para o sábado à noite em Salvador.
Serviço:
Data: Todos os sábados.
Horário: A partir das 18h.
Local: Área externa do MAM – Museu de Arte Moderna. Av.
Contorno, s/n, Solar do Unhão,Salvador, BA - Brasil |
Ingresso: R$ 3,00 (meia) e R$ 6,00
(inteira).
Realização: Huol Criações (Tel.: 71.
3241-2983)
Jilson Soares
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