O Brasil está preste a sediar o
Campeonato do Mundo de Futebol, popularmente conhecido como a Copa do Mundo, e o
evento organizado pela Fifa promete atrair turistas do mundo inteiro.
Preocupado com a recepção dos visitantes, o governo brasileiro resolveu
investir em cursos de língua estrangeira para profissionais que trabalham
recepcionando turistas: dessa forma todos são beneficiados, de um lado o
turista será bem recepcionado e agradecerá os serviços prestados, do outro, o
trabalhador aprende outro idioma o que o qualifica ainda mais para o mercado de
trabalho. O que preocupa no momento, são algumas formas de prestações de
serviços que devem ser regularizadas para melhorar o atendimento ao visitante.
Preocupado com o aumento do número de turistas, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) protocolou um projeto de lei na Câmara dos Deputados, para regularizar a profissão das profissionais de entretenimento sexual. Em entrevista ao site UOL Notícias, o deputado informa que esse projeto deve ser aprovado até a Copa, enfatizando sempre a urgência na regularização das casas onde são prestados serviços sexuais.
O projeto está na Comissão de
Direitos Humanos e Minorias, onde será relatada pela deputada Érika Kokay
(PT-DF) que é favorável a ele, e logo chegará ao Plenário. Segundo Jean Wyllys,
esse projeto tem o objetivo de garantir dignidade às profissionais do sexo,
que, atualmente são exploradas por cafetões e redes de tráfico de pessoas. Com
a profissão regularizada, será possível reconhecer seus direitos trabalhistaa e
valorizar o trabalho das prostitutas e prostitutos, porque existem homens que
também trabalham desta forma.
Prostituição no Brasil não é crime, o que é ilegal são as casas de prostituição que além de explorar as garotas de programa, que se submetem a tais formas de trabalho, além de apoiar a prostituição infantil, que também não é permitida em nosso país.
Mesmo sendo crime, existem diversas destas casas funcionando na ilegalidade. O deputado diz, que se as casas que prestam serviços sexuais começam a agir na legalidade recolhendo incentivos fiscais, e o Estado passar a fiscalizá-las, levando saúde da mulher e políticas públicas, certamente acabará com a exploração sexual, e, sobretudo, protege ainda, as crianças e adolescentes que muitas das vezes são forçadas a estarem ali.
Algumas garotas de programas
apoiaram o projeto do deputado Jean Wyllys, e afirmam que esta profissão deve
ser valorizada, porque vivem do suor do seu trabalho, e se tiverem direitos
trabalhistas seriam mais dignas e falariam de cabeça erguida o que fazem para
viver. Por outro lado, outras garota dividem opiniões, e informam que melhor
seria se os investimentos fossem na educação, trabalham apenas pelo dinheiro, o
que não é bom.
Xayelle, como prefere ser chamada, é um travesti de 19 anos, diz que trabalha como garoto de programa, em um local, que não quis informar, com algumas colegas e que gostaria de trabalhar em “empresa” do ramo. “Adoraria trabalhar assim, faço porque gosto e ainda ganho por isso, quero sim um local digno de trabalho.”
“Para mim, não vai mudar muita coisa, trabalho todos os dias para ganhar o dinheiro que pago a minha faculdade, independentemente deste projeto, continuarei trabalhando, quero mudar para uma profissão que as pessoas não tenham tanto preconceito”, informou “Xandão”, 23 anos, garoto de programa há quase sete anos.
“Não gosto do meu trabalho e não desejo isso para ninguém, não quero que meus filhos saibam o que eu faço, trabalho apenas por dinheiro. Esse deputado tem que procurar uma forma de me tirar desta vida, e não me jogar ainda mais.” Por telefone, informou Greice, 35 anos, trabalha de garota de programa há muito tempo. Casada e com filhos, ela esconde da família que é profissional do sexo,diz que trabalha de faxineira em um hotel à noite.
“Tenho 18 anos e estou aqui porque não estudei, acho que esse deputado deveria investir mais em educação,
tenho medo de ter filhos e não saber quem são os pais deles”, disse Daninha, garota de
programa, que não quis informar quanto tempo tem de trabalho.
“Ele diz profissional do sexo, porque não sabe o que é passar uma noite, com pessoas diferentes só por dinheiro”, desabafou Diego, 30 anos, garoto de programa, sem informar quanto tempo tem de trabalho.
“Tenho dois filhos, não tenho
vergonha do que eu faço só trabalho com a elite, pra dar uma boa educação para
meus filhos sou disposta a tudo, na minha rua todos sabem, meu marido foi
assassinado, sustento meus filhos, sem pedir nada a ninguém, tenho orgulho do
que faço, e trabalho de cabeça erguida, gosto de pessoas que usam o poder, para
defender os menos favorecidos”, disse Susi, 27 anos, garota de programa há seis anos.
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