segunda-feira, 14 de abril de 2014

Nossos DJs de todo dia.




De um lado: "Eu não tenho carro, não tenho teto e se ficar comigo é porque gosta, do meu rá, rá, rá, rá, rá, rá, rá, o lepo lepo..."; na frente: "Hoje eu acordei me veio a falta de você, saudade de você, saudade de você, lembrei que me acordava de manhã só pra dizer: Bom dia meu bebê! Te amo meu bebê!..."; no fundo: "Entra na minha casa, entra na minha vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas, me ensina a ter santidade, quero amar somente a ti, porque o Senhor é o meu bem maior, faz um milagre em mim..."; e ainda dá pra ouvir: "Somos da turma tricolor, somos a voz do campeão, somos do povo um clamor, ninguém nos vence em vibração..., Mais um, mais um Bahia, mais um, mais um título de glória, mais um, mais um Bahia, é assim que se resume a sua história." E aí temos uma viagem infernal, além do ônibus cheio, a sensação é de estar feito uma sardinha enlatada e essa poluição sonora agredindo grosseiramente meus tímpanos. Pensa que acabou a seção de tortura? Que nada... Sabe de nada inocente! Lá fora está o gran finale: trânsito completamente parado em pleno sol de meio dia.
O problema com o trânsito já sabemos que é crônico, infelizmente; ônibus superlotado é resultado da pouca importância, e por que não dizer, importância nenhuma que o poder público dá para o quesito: mobilidade pública; agora, a falta de respeito, educação e consideração que um determinado grupo de pessoas demonstram ter com o próximo é assustadora e inaceitável. Gosto é gosto, cada um tem o seu e isso não se discute, mas, daí, eu ser obrigada a ouvir várias músicas, vários estilos musicais ao mesmo tempo, sem ter direito a ter o direito de pensar, relaxar, falar no celular ou seja lá o que for, já é o cúmulo do absurdo.
Em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Vitória, entre outras; já existem leis que proíbe o passageiro de ouvir música sem fone de ouvido e a restrição se estendeu a metrô e trens.
O passageiro que quiser ouvir som alto sem fone de ouvido, pode ser obrigado a sair do ônibus ou ser retirado à força pela polícia. Só no resta torcer para que essa lei seja "gloriosamente" copiada em todas as cidades brasileiras, principalmente na nossa São Salvador. Enquanto essa proeza não acontece, vamos seguindo nosso dia-a-dia , torcendo e apelando pra todos os santos, para acharmos uma cadeira pra sentar dentro do ônibus e que não tenha nenhum DJ a bordo, para assim conseguirmos fazer uma viagem tranquila e em paz.
A estudante de Administração; Marta Macedo diz que as vezes a situação fica tão insuportável que dá vontade de encarar, enfrentar o dito cujo  e tomar aquele maldito aparelho das mãos dele e atirar pela janela. "As vezes quero ler ou estudar dentro do ônibus, mais é impossível".
Já o estudante de Educação Física; Danilo Souza diz que a depender do dia e quando o DJ é um só, até dá pra entrar na onda e curtir um pouco o som.


MÁRCIA MACEDO DOS SANTOS
JORNALISMO - 3º SEMESTRE

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