segunda-feira, 28 de abril de 2014

Futuro da Pátria ou amigos da máfia?


  • Jeane Conceição
Assim como tantos outros problemas vividos no Brasil, os relacionados a educação está entre os maiores. A questão é, como explicar tamanha deficiência ao mesmo tempo que o país caminha rumo a um melhor desenvolvimento?


O ano de 2013 presenciou diversas manifestações de reivindicações que exigiam melhorias do governo, entre elas, à educação. Um dos argumentos utilizado pelos manifestantes foi ter havido maiores investimentos ligados a Copa do Mundo do que em escolas. Se ocorresse o contrário não se teria um número que cresce gradativamente no que diz respeito a evasão escolar. Certo.


O argumento utilizado tem lógica, mas é importante levar em consideração além de questões físicas (escolas, professores, etc), as questões abstratas: Como está a saúde emocional das crianças, adolescentes e jovens estudantes do Brasil? A que eles são expostos todos os dias em seu meio de convívio? O que a sociedade e a mídia o transmite? O que os seduzem para fora das escolas? E mais, como os cidadãos brasileiros tem reagido a isso de forma positiva? Em outras palavras, em que os "adultos" tem servido de exemplo?



Fatos que afirmam a importância da saúde emocional para o a evolução estudantil pode ser observados, por exemplo, no depoimento de Jeferson Santos (14), "Ir à escola para quê? Quando eu crescer não quero ser nada". Jeferson está na 6° ano do ensino fundamental II e frequenta raramente as aulas por insistência de alguns de seus tios. Não possui residencia fixa, vive de casa em casa dos seus parentes, devido a problemas familiares e passa a maior parte do tempo na rua com colegas ou no computador.

O que dizer em casos como esse? O que leva a um garoto ainda dessa idade, mas já sem expectativas do futuro? Que destino ele poderá ter?

Quem sabe a última pergunta acima se responda com a história de Adson da Conceição, um jovem de 20 anos, que abandonou os estudos no 6º ano(E.F II), para seguir ao tráfico de drogas. Por nunca ter recebido da mãe a devida importância de filho, passava grande parte do seu tempo nas ruas da comunidade onde ainda mora, até que decidiu se envolver no crime. Seu maior exemplo, o irmão mais velho, que se tornou traficante aos 17 anos e foi assassinado aos 21 por "passeiros" da sua gangue.

Será que o problema está mesmo concentrado somente na falta de escolas, professores e livros? Pois num país onde o número de jovens depressivos e não realizados aumenta a cada dia, é aceitável que a culpa não esteja somente na falta de estrutura didática e escolas fora dos padrões, desde que comparado à tempos atrás já existem diversos programas de incentivo e apoio ao ensino.

E qual tem sido a sua parte? Quem sabe, talvez, seja mais confortável fazer o papel do "indignado" enquanto se senta no sofá da sala para assistir repetidas histórias como essas nos jornais policiais de todos os dias.
É de direito uma educação em boas condições, mas além disso, todos precisam estar cientes de que as ações praticadas, quer sejam boas ou ruins, poderão se converter em exemplos para os demais. É necessário o trabalho unificado de governantes e sociedade para fazer do lugar onde se vive um ambiente mais saudável para o desenvolvimento dos nossas crianças e jovens estudantes. Para que o futuro da nossa Pátria não se torne os amigos da máfia.

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