Paulo Leandro e Victor de
Freitas
Redação Unijorge
Maior campeã da história das Copas do Mundo, a
Seleção Brasileira, além ser a única participante de todas as edições, também é
a que mais chegou à finais, vencendo cinco e perdendo outras duas.
A história brasileira em mundiais se inicia em
1930, na primeira edição. O primeiro gol brasileiro em uma Copa foi marcado por
Preguinho, na derrota por 2 a 1 para a Iugoslávia, sendo eliminado na primeira
fase. Quatro anos depois, a história se repetiu, e a Seleção logo deixou a
competição. Em 38, sob o comando do artilheiro Leônidas da Silva, o Brasil
terminou em terceiro.
12 anos se passaram e a quarta edição, a
primeira após a II Guerra Mundial foi disputada em solo brasileiro. O torneio
foi o único a não ter uma “decisão” legítima, e sim um quadrangular final,
porém para todos, a final foi realmente entre Brasil e Uruguai, com triunfo
celeste, no trágico e marcante Maracanazo, derrota brasileira assistida por
mais de 200 mil pessoas no Maracanã.
BICAMPEONATO
BICAMPEONATO
O primeiro título brasileiro em um mundial
aconteceu em 1958, na edição disputada na Suécia, quando surgiu um garoto
apelidado de Pelé. Franzino e com apenas 17 anos, o jovem talento marcou seis
gols e ajudou a Seleção a levantar seu primeiro caneco. Quatro anos mais
tardes, mais um título, desta vez no mundial do Chile. Quem carregou a Seleção
ao título naquela ocasião foi Garrincha, que assumiu o papel de protagonista do
time com a lesão de Pelé.
O tenente reformado do Exército, Luis Montezuma, 85 anos, lembra a felicidade daqueles bons tempos de Brasil bicampeão do mundo. "Sofremos muito com a derrota de 1950, o povo pensava que não podia nem ser um país direito porque diziam que como a gente era muito mestiço, pardo, misturado, a raça não prestava e sempre seríamos derrotados", lembra. "Com os títulos de 58 e 62, o Brasil passou a acreditar mais no Brasil", disse, lamentando as recentes mortes de jogadores que ele considera heróis nacionais, como os laterais Djalma Santos, Nilton Santos e o goleiro Gilmar, "que levantou a taça do mundo".
O tenente reformado do Exército, Luis Montezuma, 85 anos, lembra a felicidade daqueles bons tempos de Brasil bicampeão do mundo. "Sofremos muito com a derrota de 1950, o povo pensava que não podia nem ser um país direito porque diziam que como a gente era muito mestiço, pardo, misturado, a raça não prestava e sempre seríamos derrotados", lembra. "Com os títulos de 58 e 62, o Brasil passou a acreditar mais no Brasil", disse, lamentando as recentes mortes de jogadores que ele considera heróis nacionais, como os laterais Djalma Santos, Nilton Santos e o goleiro Gilmar, "que levantou a taça do mundo".
Em 66, o fracasso já era anunciado. A preparação
do time foi afetada por diversas influências políticas, já que todos os times
queriam ter jogadores convocados, o que transformou a convocação em uma grande
disputa de poder. O time também contou com mais lesão de Pelé e foi eliminado
pela Hungria, perdendo por 1 a 0, o que seria a única derrota de Garrincha com
a camisa amarelinha. "Essa Copa teve a marca da bagunça e também do momento do país, que já estava sob efeito do golpe militar de 1964", ensina o professor de História aposentado, Alberto Paes, morador de Vilas do Atlântico, e um dos brasileiros presos, em 1968, durante o regime de exceção, junto com toda a turma de segundo semestre do curso de Filosofia da Universidade Federal da Bahia.
Quatro anos se passaram e o Brasil vivia um
período de renovação em sua Seleção. Novos jogadores como Gerson, Jairzinho,
Edu, Carlos Alberto Torres, Rivelino Tostão, somados ao já veterano Pelé,
carregaram o Brasil para uma das mais brilhantes conquistas sob o comando do
técnico Zagalo. "Mas é bom lembrar que quem armou aquela seleção foi João Saldanha, afastado por suas divergências com os militares", ressalva o comerciante Pedro Caldas, hoje aposentado, que em 1970, lembra ter fechado as portas de seu armarinho, 'Perene', na Ladeira da Soledade, para acompanhar os jogos do Brasil direto do México. "Foi a primeira vez que acompanhamos jogos da copa ao vivo direto, na mesma hora, pela tevê", lembra. "Antes, em 66, vimos os jogos no cinema, dois dias depois do Brasil ter jogado e perdido pra Portugal e pra Hungria".
A Copa de 70, no México, encerrava uma
brilhante etapa da história do futebol brasileiro em mundiais, tendo sido a
última disputada pelo já consagrado Pelé.
Após fracassos em 74 e 78, o Brasil voltaria a
ser o grande favorito à conquista do título em 82, na Espanha, no time formado
por Sócrates, Zico, Falcão, Júnior, Toninho Cerezo, Luizinho e Eder, o que para
muitos, era a melhor seleção de todos os tempos. Porém ficou pelo caminho, ao
perder para a Itália de Paolo Rossi, que marcou os três gols da Azzurra na
vitória por 3 a 2 nas quartas de finais.
Em 86 e 90, mais duas eliminações precoces,
nas quartas de finais para a França comandada pela lenda Platini, e na fase de
oitavas, ao perder para a Argentina com gol de Caniggia. "Nem gosto de lembrar porque faltou luz no Largo Dois de Julho, onde vi este jogo na casa de uma amiga argentina e só fiquei sabendo do resultado depois do encerramento e mesmo assim pelo rádio", disse o publicitário Raul Molina. "Ainda bem que nossa rival era bem interessante e, de alguma forma, dei um jeito de não sair perdendo totalmente, se pensar bem, até saí no lucro porque ela ficou mesmo muito feliz e passou essa boa onda pra mim rs rs".
Já em 1994, na Copa disputada nos Estados
Unidos, o que alavancou o profissionalismo do “soccer” na terra americana, o
Brasil entrou, desta vez, sem nenhum favoritismo, mas surpreendeu e conquistou
o tetracampeonato, após 24 anos da conquista do tri. O time teve como craques a
dupla de ataque formada por Romário e Bebeto. Na final, bateu a Itália nas
disputa por pênaltis.
Entre as edições de jornal de Salvador, o destaque do dia 18 de julho de 1994 foi para o jornal Bahia Hoje, que circulou entre 1993 e 1995. Primeira redação informatizada de Salvador, Bahia Hoje entrou para a história também como o jornal que enfrentou a mais longa greve, com mais de dois meses de paralisação, e também, provavelmente, o recordista mundial em demissões de jornalistas de uma só vez, com 57 profissionais afastados no dia 13 de fevereiro de 1995. "Não lembro mais qual foi a manchete, só lembro que a equipe de esportes assistiu e curtiu tudo no auditório, no telão, e depois todo mundo subiu para fechar o jornal. Só o editor manteve-se isolado, esperando a galera voltar para fechar", disse o jornalista Alexandre Rodrigues, que integrava as equipes de Esporte e Turismo do jornal.
Entre as edições de jornal de Salvador, o destaque do dia 18 de julho de 1994 foi para o jornal Bahia Hoje, que circulou entre 1993 e 1995. Primeira redação informatizada de Salvador, Bahia Hoje entrou para a história também como o jornal que enfrentou a mais longa greve, com mais de dois meses de paralisação, e também, provavelmente, o recordista mundial em demissões de jornalistas de uma só vez, com 57 profissionais afastados no dia 13 de fevereiro de 1995. "Não lembro mais qual foi a manchete, só lembro que a equipe de esportes assistiu e curtiu tudo no auditório, no telão, e depois todo mundo subiu para fechar o jornal. Só o editor manteve-se isolado, esperando a galera voltar para fechar", disse o jornalista Alexandre Rodrigues, que integrava as equipes de Esporte e Turismo do jornal.
Em 98, o time contava com novos craques como
Ronaldo, Rivaldo, Djalminha, César Sampaio, Cafu e Roberto Carlos, porém não
pôde ter o reforço de Romário, cortado nas vésperas da competição por lesão.
Mais uma vez a Seleção chegou à final, mas foi derrotada pela França, que
começava a se tornar um carrasco brasileiro em mundiais. A decisão foi marcada
por grande atuação de Zidane e uma vitória francesa por 3 a 0. "Também ficou mal esclarecido um mal-estar que Ronaldo Fenômeno teria sentido na concentração. Edmundo sabe a verdade, mas outro dia, quando ele ia abrindo a boca, alguém pediu para ele se calar", lembra o rubro-negro Renato Tavares, desconfiado da falta de apetite da imprensa esportiva em apurar o caso, até hoje muito mal explicado.
PENTACAMPEONATO
No novo milênio, a Copa do Mundo viajou ao
continente asiático pela primeira vez. O mundial disputado na Coréia do Sul e
Japão foi marcado pela superação de Ronaldo, que chegou à competição
desacreditado após grave lesão no joelho. O atacante marcou sete gols, o Brasil
venceu as sete partidas, inclusive a final, por 2 a 0 sobre a Alemanha, e levou
o quinto título de sua história.
Em 2006 e 2010, a Seleção ficou pelo caminho
na mesma fase: nas quartas de finais. No mundial disputado na Alemanha,
novamente ficou pelo caminho para a França de Zidane, e na África, foi
derrotada pela Holanda, a exemplo de 74.
Expectativas
para a Copa de 2014
Para a Copa que será disputada no Brasil, a
Seleção chega com favoritismo ao vencer a última edição da Copa das
Confederações, disputada em 2013, e contando com grande triunfo brasileiro na
decisão sobre a Espanha por 3 a 0. O time comandado por Felipão, o técnico do
penta, tem como maior craque Neymar, que terá ao seu lado, jogadores como Hulk,
Oscar, Fred, Thiago Silva e David Luiz para conquistar o hexacampeonato, e com
gosto especial, em solo brasileiro.
O antropólogo Jeferson Bacelar, cujo interesse pelo tema tem se ampliado a ponto de organizar um curso de socioantropologia do futebol, não tem certeza se os brasileiros compartilham deste entusiasmo. "Já se ouve falar na figura do antitorcedor, embora a mídia e a Fifa não curtam muito a ideia", disse, ao abrir o Seminário Paíxão Futebol Clube, realizado entre os dias 11 e 14 de abril de 2014, no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB).
FINAL
O antropólogo Jeferson Bacelar, cujo interesse pelo tema tem se ampliado a ponto de organizar um curso de socioantropologia do futebol, não tem certeza se os brasileiros compartilham deste entusiasmo. "Já se ouve falar na figura do antitorcedor, embora a mídia e a Fifa não curtam muito a ideia", disse, ao abrir o Seminário Paíxão Futebol Clube, realizado entre os dias 11 e 14 de abril de 2014, no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB).
FINAL
0 comentários:
Postar um comentário