terça-feira, 11 de março de 2014

A cultura da Bahia que não lemos

Por Luiz Fábio Almeida

Disputas de dança, clubes de capoeira e os pagodes de quinta-feira são atrações dos bairros do Subúrbio Ferroviário. Saindo dos tradicionais modelos de culturas explorados pela grande mídia, estas são algumas das formas artísticas vistas nas periferias de Salvador. Diferente das apresentadas nos grandes palcos da capital baiana, as crianças e os jovens desta região costumam se apresentar para seu público na própria rua, mostrando suas criações e, claro, se divertindo.

Ainda nesta região do Subúrbio, o Parque São Bartolomeu é um espaço histórico (mesmo que esquecido) que costuma receber apresentações artísticas de estudantes de escolas públicas. Na primeira semana de fevereiro, o Programa de Pós-graduação da UNEB realizou mais uma edição do projeto Coletivo de Produção e Arte do Subúrbio (CPAS), montando as “Tendas de Artes, Comunicação, Cultura e Cidadania”, no Parque. O evento reserva uma programação com oficinas, apresentações musicais, de teatro e de dança, dando oportunidade a estes jovens mostrarem seu talento.

Mais que poesias: Atitude é o lema do "Sarau da Onça", em Sussuarana

No último sábado (08), o bairro de Sussuarana recebeu o tradicional “Sarau da Onça”, que tem parceria da Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA), onde os jovens recitam para o público presente. O Sarau é uma iniciativa para os jovens escritores, que tem a chance de mostrar seu talento e escrever um pouco da realidade vivida no bairro. A ação é realizada em Novo Horizonte, no Centro de Pastoral Afro, que a cada quinze dias recebe saraus, apresentações musicais, leitura poéticas, canjas de hip hop, além de outras atividades culturais.

Foto: Divulgação
“É uma forma de afastarmos os jovens das drogas e de perdições que eles estão sujeitos”, afirmou Conceição Ribeiro, de 69 anos, mãe de um dos alunos que se apresentou na tarde. Este pensamento recorrente entre os pais faz com que aumente o apoio deles para a participação de seus filhos em projetos como este.

Além de uma tarde divertida, para toda a comunidade, ela consegue encher os adolescentes de orgulho pela sua apresentação, aumentando a autoestima da turma. Segundo a organização, o objetivo do evento é ajudar a mostrar o talento das pessoas da localidade, sempre valorizando a cultura afro. “Os moradores do bairro têm pouco acesso aos bens culturais devido à distância dos principais centros culturais da cidade”, disse Sandro Sussuarana, um dos jovens idealizadores.

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