Mesmo em queda,
jornais são considerados mais confiáveis
Por Luiz Fábio Almeida
Queridinha dos brasileiros por muito anos, chegada no país
na década de 50, a TV, está sendo ultrapassada pela recente forma de
comunicação: a internet. A população está mudando seus hábitos e hoje passam
mais tempo acessando a web todos os dias, do que em qualquer outro meio. Porém,
a poderosa televisão ainda consegue ser o meio preferido entre a população do
Brasil, além de mais acessível.
Os dados foram divulgados na recente pesquisa feita pelo
Ibope, solicitado pela Presidência da República, após enquete realizada entre
os dias 12 de outubro e 6 de novembro de 2013, com 18.312 entrevistados maiores
de 16 anos em 848 cidades nos 26 estados e Distrito Federal.
“É um meio prático e que consigo acessar em qualquer lugar”,
pontua Lanay Senna, estudante de arquitetura, sobre uso da internet. “Os
programas da televisão não me agradam mais”, disse. Em média, são 3h39 diárias
gastas pelos usuários, neste meio virtual.
Apesar do rápido crescimento da mídia eletrônica, a maioria
dos brasileiros (53%) nunca acessam este meio. Os dados mostram que existe uma
estreita correlação entre renda e acesso à web, já que são os jovens e pessoas
com maiores condições financeiras gastam o seu maior tempo na Internet.
Mesmo com a queda vista na audiência dos canais, a TV é a
mídia preferida, escolhida por 76,4%. Para se ter noção da difusão do aparelho,
97% dos lares brasileiros possuem, pelo menos, um televisor. A internet segue
na segundo posição na preferência nacional, com 13%; já os impressos são o
veículo preferido por 1,5% dos entrevistados.
“Já é um hábito do brasileiro assistir a televisão. Sempre
chego em casa e ligo ela, mesmo não indo acompanhar a programação”, disse Maria
Clara, estudante de Comunicação. Na pesquisa, dados mostram que as mulheres
estão mais ligadas no conteúdo gerado por esta mídia. “A programação hoje é
feita mais para este público, de manhã, tarde e noite”, completou Clara.
Além disso, apesar de estarem cada vez mais extintos, os
jornais impressos são os mais confiáveis como fonte de informação. Em
contrapartida, as notícias publicadas na internet tem a menor taxa de confiança
entre os leitores.
Entre os entrevistados, 53% confiam sempre ou muitas vezes
no que leem nos jornais impressos. 50% confiam nas notícias que ouvem no rádio;
49% confiam nas notícias televisivas; 40% nas publicadas em revistas; 28% nas
publicações dos sites; 24% em redes sociais e 22% confiam nos blogs.
A estudante de direito, Larissa Veiga, acredita que as
várias fontes de informações permitem a melhor seleção por parte do leitor.
“Estou mais ligada na internet, por isso ela é a fonte de minhas informações.
Tenho o direito de escolher e não quero pegar algo pronto”, pontua.
Em contrapartida, Lorena Dias, discente do curso de
Jornalismo, fala que essa gama de conteúdos, deixa a web mais empobrecida e
cheia de inverdades. “Não podemos confiar em tudo que lemos pela internet. Na
TV ou nos impressos temos uma uniformidade no conteúdo, nos deixando um pouco
mais acreditáveis.”
A tradição do uso dos programas televisivos garante ainda
toda esta audiência. Os canais pagos estão cada vez mais acessíveis, permitindo
uma maior diversificação. Os noticiários são os preferidos na TV, durante a
semana, e os programas de auditório nos fins de semana. Já na internet, o
Facebook domina a maior quantidade de público (67%).
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