O Ba-Vi dos sócios (Lucas Sales)

23 a 6. Este é o placar do Ba-Vi dos sócios, atualizado no dia 25 de março. Os gols deste jogo estratégico para o futuro dos principais clubes baianos são anotados pela equipe do site Futebol Melhor (FM), no endereço www.futebolmelhor.com.br.


Nas contas do FM, o Bahia está em nono lugar no Brasil, com 23.980 sócios-torcedores, enquanto o Vitória aparece na 21ª posição, com 6.844, número inferior aos 6.871 apurados 15 dias atrás. A perda de sócios sinaliza a aproximação de clubes como Ponte Preta, Fortaleza, Avaí e Brasil e Pelotas.
Á frente do atual campeão baiano, estão Ceará, ABC, Figueirense, Joinville e o surpreendente Grêmio Osasco, da quarta divisão paulista.
Caso os clubes fossem distribuídos em séries, o Bahia estaria na primeira divisão, e o Vitória lidera a Série B.
A dupla Gre-Nal, formada pelos gaúchos Grêmio e Internacional, aparecem fazendo a dobradinha da dianteira, enquanto o Flamengo, tido como clube de maior torcida do Brasil, vem logo a seguir, em terceiro. Até chegar no Bahia, o Torcedômetro mostra ainda Cruzeiro, Santos, Corinthians, Palmeiras e Atlético Mineiro. (veja o Torcedômetro abaixo).

A campanha por mais associados começou com Carlos Rátis, advogado nomeado pela Justiça para comandar o processo de intervenção no Bahia. O slogan da campanha, "Você pode conquistar mais um título com o Bahia: o de sócio”, rapidamente agradou a torcida. O novo plano de associação reduziu a chamada “joia” (valor pago pela compra do título) de R$ 300 para R$ 10 e manteve o valor da mensalidade em R$ 40.

Ao associar-se, o torcedor tem descontos em lojas e marcas ligadas ao Movimento Por um Futebol Melhor, e paga meia entrada nos jogos. O melhor, no entanto, é a conquista do direito de votar para presidente em eleição direta e participar da elaboração do novo estatuto do clube, que corresponde à Constituinte livre e soberana, poder maior da agremiação.

Esta participação na vida política do Bahia, como cidadão tricolor, tem atraído os associados, dispostos a proclamar a Independência e lutar permanentemente pela liberdade tricolor. Apenas no primeiro dia de lançamento do novo plano, o Bahia alcançou a marca de 6 mil novos associados. O quadro, antes do novo plano, registrava 400 sócios para uma entidade da sociedade civil com o potencial do Bahia.

 

 Mesmo na manhã seguinte à derrota por 4x1, para o CSA, na estreia da Copa do Nordeste, o Bahia atraiu 545 novos sócios, o maior número do país naquele dia, segundo divulgou o site Futebol Melhor.

 

O vice-presidente do Bahia, Valton Pessoa, anunciou que, ao alcançar o número de 30 mil associados, a diretoria pretende trazer um craque para vestir o manto número 10 do Esquadrão.

O publicitário Vitor Torres, 23 anos, faz parte da nova legião de sócios. O torcedor comenta que, mesmo sendo uma vantagem antes inimaginável, ainda são necessários ajustes nos planos para atender melhor o torcedor e ampliar o quadro de associados.

“A joia de 300 reais, que era cobrada na antiga gestão de Marcelinho Guimarães Filho era um absurdo, parece que a própria gestão não queria trazer o torcedor para dentro do seu clube", disse.

Vitor elogiou os benefícios oferecidos, como desconto em lojas conveniadas e meia entrada, mas o principal para o cidadão tricolor, "é poder votar direto para presidente, participar das assembleias e até votar para uma mudança no estatuto interno".




Para o novo sócio, no entanto, o valor de 40 mensais ainda é um pouco “salgado” para a realidade do baiano.

Já o torcedor do Vitória e estudante de psicologia, Yuri Padin, de 20 anos, associado ao programa Sou Mais Vitória, reclama da falta de acesso às reuniões e às associações, apesar de funcionar como um pacote de ingressos com descontos para a compra antecipada.

“O plano de sócios do Vitória é uma vantagem para quem vai para todos os jogos. Eu pago um valor mensal que sai mais barato do que se eu fosse adquirir cada ingressos das partidas", disse. "Tem portão exclusivo no Barradão e tenho também um cartão que apenas passo na catraca para liberar minha entrada"

No entanto, não se pode ainda considerar o sócio do Vitória como um "cidadão rubro-negro", como ocorre no Bahia. "Ssnto falta de participar mais da vida do clube. Com o Sou Mais Vitória não temos direito a voto direto, por exemplo, e nem participamos da mundança de regimento", afirmou.


O processo de independência na construção da república rubro-negra é lento e emperra em uma burocracia que pode estar beneficiando grupos de poder dentro do clube pela falta de debate e participação dos torcedores.


Para participar da vida política do clube, o sócio precisa de um longo período de carência e, mesmo assim, os votos são destinados a chapas. Para mim é algo que o clube poderia melhorar, essas informações não são passadas de forma clara para o torcedor, ficamos sem saber como partipar dessa parte interna, apenas cumprimos nosso papel apoiando o time nas arquibancadas” lamenta Yuri.

ATUAL CAMPANHA DE SÓCIOS  DO BAHIA FAZ RELEMBRAR MOMENTO HISTÓRICO DO CLUBE

 
A atual campanha de sócios do Bahia faz recordar um momento histórico vivido na época de ouro do clube. Durante o mandato do então presidente, João Palma Neto, foi lançada no ano de 1956, uma campanha de associação em  massa denominada de “10 mil sócios, nenhum a menos”.



A campanha teve como carro chefe de sua divulgação o lançamento do hino oficial do clube, escrito de forma vibrante pelo jornalista e compositor, Adroaldo Ribeiro. Hino este que por uma “jogada de marketing” foi composto voltado exclusivamente para sua torcida.

 A relação do hino oficial do Bahia com o seu torcedor fica evidente em diversas partes da letra, como: “Ouve esta voz que é teu alento”, “Ninguém nos vence em vibração”. Além disso, as expressões “Somos” e “Vamos” repetidas incansavelmente na obra, fazem indicativo da busca pela coletividade, do fazer junto para fazer melhor e da importância de ambas as partes representam para a instituição.