segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Esportes eletrônicos ganham mais seguidores (AMANDA NOLASCO)


Nova torcida digital curte e-sports

Amanda Nolasco


O futebol que se cuide! Um número cada vez maior de torcedores em potencial prefere curtir esporte eletrônico, também conhecido por ciberesporte ou e-sports. As modalidades de estratégia em tempo real, luta, tiro em primeira pessoa e Moba atraem novos jogadores em competições cada vez mais frequentadas, como Intel Extreme Masters, World Cyber Games (WCG), Brasil Game Show (BGS) e Gamepolitan. As disputas são transmitidas ao vivo e os organizadores oferecem prêmios em dinheiro.  




League of Legends, um dos e-Sports mais curtidos e compartilhados pela galera do Brasil Game Show (BGS)




E jogo eletrônico é esporte? Há controvérsias. O que não se pode contestar é o crescimento da audiência e do valor das premiações. De 2012 pra cá, as competições, antes amadoras, mudaram de perfil e já atrai jogadores profissionais. O resultado é a garantia de mercado para 'desenvolvedores de jogos', como são chamados os profissionais que criam os games para competição.

Os esportes eletrônicos eram limitados a uma pequena audiência, com pouca representatividade nos meios de comunicação de massa, como a televisão. Hoje, a tecnologia “streaming de vídeo” on-line, ou twitch.tv, viabilizou a criação de centrais de  transmissão de competições eSports. As competições profissionais de maior público são League of Legends, Dota 2 e StarCraft II.


A expansão dos eSports coincide com a tradução completa para o português do  game League of Legends, da empresa norte americana RIOT. As equipes de LoL, como são chamadas, passaram a participar de campeonatos mundiais. Só o campeonato brasileiro deste ano foi visto por mais de 100 mil pessoas on-line, público suficiente para lotar dois estádios de futebol de médio a grande portes.

Chega a 9.900% o índice de crescimento do número de espectadores desde que começaou a transmissão ao vivo dos torneios brasileiro, há cerca de ano e meio de atuação da Riot Games, no Brasil. Somente durante o Campeonato Brasileiro 2013, um total de 1.554.700 pessoas assistiu à transmissão das partidas em três dias.

A Riot Games divulgou dados indicando que League of Legends é o game mais jogado no mundo. Diariamente, 12 milhões de pessoas acessam suas contas no título de estratégia. Considerando os que jogam ao menos uma vez ao mês, são 32 milhões, totalizando mais de um bilhão de horas jogadas em 30 dias, conforme estatística divulgada no site da League of Legends.


 Casa cheia no Staples Center: finais do campeonato de LOL empolgam uma torcida cada vez mais ligada

Assim como já é costume nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, os brasileiros estão formando uma torcida digital para curtir juntos a League of Legends. Desde sua chegada ao País, em agosto de 2012, a Riot Games, produtora e distribuidora do League of Legends, reivindica o reconhecimento dos jogo eletrônico como esporte. Para disseminar o eSport no País, a empresa investe em ferramentas virtuais e mantém canais de comunicação com os jogadores.
De acordo com Bruno Vasone, gerente de eSports e Comunidade da Riot Games, trata-se de uma nova tendência no universo 'gamer'. “Ser espectador de campeonatos e partidas de jogadores profissionais também se tornou um esporte”, comenta. “Da mesma maneira que as pessoas se reúnem nos bares para assistirem a partidas de futebol, os espectadores de jogos também estão se reunindo para assistirem aos jogos de seus times preferidos de League of Legends”, afirma.
A premiação oferecida nas competições também cresceu. No ano passado, o valor total da premiação do campeonato realizado na BGS foi de US$ 80 mil. Já no Campeonato Brasileiro de 2013, foram US$ 100 mil distribuídos durante toda a temporada, sendo que US$ 40 mil foram entregues durante as 4 etapas classificatórias e o valor restante, de US$ 60 mil, esteve em jogo na final.

Imagem cedida pela Ketchum – assessoria de imprensa da Riot Games no Brasil.

A equipe de "gamers" profissionais de League Of Legends, SK Telecom T1, da Coreia do Sul, é atual campeã mundial. O time faturou US$ 1 milhão, divididos por cinco integrantes, resultando em US$ 200 mil para cada. Na edição 2012, o campeão foi Taipei Assassins, de Taiwan, que quer dizer 'Assassinos de Taipei' em português.

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 Cerca de 30 mil brasileiros assistiram às finais pela internet do Campeonato Mundial da Segunda Temporada. Já o Campeonato Mundial da Terceira Temporada foi o evento de eSports mais assistido de toda a história! Mais de 32 milhões de fãs viram a SK Telecom T1 levantar a Copa do Invocador diante de um ginásio Staples Center lotado. No momento de pico, mais de 8,5 milhões de pessoas estavam assistindo ao mesmo tempo.


O Campeonato Mundial da Segunda Temporada foi visto por 8.2 milhões de fãs no total, com 1,1 milhão de pico simultâneos Não é surpresa, uma vez que, também segundo a Riot, o País está entre os dez que mais têm jogadores de League of Legends. Os fãs brasileiros querem ter oportunidades para disputar torneios a nível internacional, segundo Bruno Vasone,  em entrevista ao blog link do jornal Estadão.

A empresa organizou as finais do torneio nacional no Brasil Game Show. Apenas oito times, entre os mais de mil inscritos, chegaram à decisão, que também dá prêmios em milhares de dólares. Esta Cultura que tende a se expandir por aqui, de acordo com Vasone.
“Os jogadores querem ver os melhores em ação para aprender táticas, para aprimorar seu jeito de jogar. Daí surgiu a cultura de ter sua própria equipe e o conceito de ‘atleta profissional’”, disse Bruno Vasone ao blog do Estadão.
A lógica da Riot é que a promoção dos campeonatos mantém os jogadores engajados no produto. “Eles mesmos pedem e dá resultado. Os jogadores aspiram ser o melhor e acompanham as transmissões ao vivo. Nosso grande incentivo é que eles possam dedicar a vida ao videogame. Lá fora isso já é realidade”, declarou Vasone.


Segundo o dirigente, cuja função pode ser comparada a de um e-cartola, na Coreia do Sul há patrocínios milionários e centros de treinamento para os atletas de diversos jogos, verdadeiras celebridades, há mais de dez anos.

Segundo ele, já existem quatro equipes no Brasil que conseguem ganhar dinheiro como profissionais do game. As grandes premiações, disse, servem como incentivo para que os atletas invistam seu tempo no jogo. Mas falta algo mais. “Precisamos de empresas que ajudem os atletas. O público é gigantesco, o que falta é suporte”, afirmou Vasone.
Por aqui, o profissionalismo ainda engatinha. “Estamos montando um calendário que dura o ano inteiro e antecipa algumas datas. Já é uma segurança maior para o jogador para que ele se dedique o ano inteiro com regularidade”, finalizou.




SK Telecom é campeão do League of Legends  e fatura um milhão de dólares, divididos por cinco craques


Na Bahia, o Gamepolitan, realizado em março, no Centro de Convenções da Bahia,deu visibilibade local aos e-Sports. Como experimentação para novos horizontes nesse tipo de torneio, o comitê organizador do Gamepólitan, em parceria com a Legends Bahia, promoveu um torneio do jogo League of Legends, que ofereceu 3 mil reais em prêmios . 


 Visão panorâmica do Gamepolitan de 2013 que ocorre novamente, este ano, nas datas 15 e 16 de março.  

Jogadores do League of Legends do Gamepolitan: tendência dos esportes eletrônicos é crescer acelerado


Ricardo Silva, organizador geral e diretor executivo da 42 Cultura e Comunicação, empresa responsável pela produção Gamepolitan, destacou a assimilação dos jogos pelos baianos.  “ Mesmo com este crescimento do eSports no mundo, é algo novo para o publico baiano. Vemos que em  São Paulo e cidades do Sul e Centro-Oeste as pessoas já estão mais amadurecidas sobre este assunto.”

 A torcida digital tem se mostrado entusiasmada também quando participa presencialmente do jogo. “Cada vez mais tenho percebido que o e-Sports tem muita semelhança com a cultura desportiva onde qualquer pessoa pode ter a chance de ser reconhecido pelas suas habilidades com o jogo", disse Ricardo. "Os jogadores são as estrelas e muitas pessoas assistem por achar interessante, têm aqueles que gostam de acompanhar e ver aquela pessoa que se destacou como ídolo. E-Sports  para mim é igual ao futebol, só que a bola é o videogame".  Silva considera ainda o e-Sports é uma ótima ferramenta de marketing promocional, pois muitas pessoas acompanham e assistem aos jogos.
O jogador Victor Andrade também expôs sua experiência com o e-Sports e como se sentiu na competição: “No início eu achava que eSports era bobagem, comecei pensando somente em me divertir, jogar com amigos e coisas do tipo, mas isso se tornou uma "paixão".
Andrade afirma ter jogado outros campeonatos, antes do Gamepolitan, mas todos foram Online. A experiência foi das melhores, a sensação de estarem todos na plateia gritando e aplaudindo uma boa jogada ou uma vitória é uma sensação maravilhosa, só quem esta na hora pra sentir isso.”


As grandes marcas de acessórios para “gamers” também aproveitam a boa onda do eSports no país e aproveitam para divulgar e aumentar as vendas dos seus  produtos, como se pôde observar na Brasil Game Show (BGS), feira de games e tecnologia realizada em São Paulo.
Em entrevista para o Correio Braziliense, Victor Martins, o diretor da empresa Razer na América Latina, falou sobre a fama e crescimento dos e-sports no Brasil. A companhia passou a patrocinar o principal time de League of Legends do país, PaiN Gaming.

Martins está entusiasmado com o retorno proporcionado pelos e-Sports. “Uma criança que vai começar a jogar não sabe muito o que vai comprar. Se você entrar em fóruns, a maioria vai falar Razer. Mas o legal é ver com o que o time joga. ‘Ah, aquele time joga com Razer, então eu também quero’. Acho que isso é muito importante. Dá um retorno de branding e de vendas também.”

Abaixo temos 2  vídeos o primeiro com os melhores momentos selecionados pela empresa RIOT, no evento BGS, onde ocorreu a competição entre as equipes do Brasil , Colômbia,  Argentina, Peru e Chile. O segundo vídeo mostra momentos da competição final da Season3 do Torneio de League Of Legends que lotou o Staples Center em Los Angeles, Califórnia.




















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