A Bahia do Rock
Texto: Jéssica Dieder Corrêa
MAGLORE:
As dificuldades e conquistas
de uma banda de Rock na Bahia
Na terra de Ivete Sangalo,
Claudia Leitte e Bell Marques imaginar que uma banda de rock faria sucesso e
atrairia o público por onde fosse inclusive fora do estado era algo difícil de
acreditar há alguns anos atrás. No entanto, o cenário vem mudando. Os baianos
não escutam mais apenas o Axé. O gosto musical foi ampliado e na lista de
gêneros musicais tem espaço também para o Rock.
É dentro desse contexto que
surge a banda Maglore formada em meados de 2009 e que tem na sua composição
atual Teago Oliveira (voz e guitarra); Nery Leal (baixo) e Felipe Dieder
(bateria).O grupo de jovens músicos crescem no cenário do Rock/Pop. Em menos de
cinco anos de carreira, já tem na bagagem um EP denominado “Cores do Vento”,
lançado em 2009 e dois CDs. O “Veroz” do ano de 2011 e o mais recente fruto de
uma produção independente “Vamos pra Rua”.
A
trajetória já rende reconhecimento da crítica especializada e elogios de
personalidades importantes do meio da música. “Raul Seixas, além de dono das
bases mais bem arranjadas da MPB, poeta e cantor deixou um estilo a seguir.
Encontro isso claramente no canto de Teago Oliveira. Maglore é jazz-rock-MPB.
Junto com os ‘caçulas’ da música da Bahia, como a banda Memorize, BaianaSystem
e outros, nos propõe uma nova gloria”, afirmou Carlinhos Brown.
O primeiro
álbum do Maglore, “Veroz” foi considerado uma das revelações da música
brasileira pelo jornal O Globo e entrou na lista de diversos blogs no mesmo
ano, na categoria “Melhores do Ano”. Com mais de 300 shows realizados em todo o
Brasil, a Maglore já dividiu o palco com nomes como Frejat, Marcelo Jeneci,
Móveis Coloniais de Acaju, Wilson das Neves. Além de inúmeros artistas que já
assistiram as apresentações do grupo a exemplo de Caetano Veloso.
O
novo CD “Vamos pra Rua” é a consolidação
de uma banda que desde a sua criação participa dos principais festivais do
circuito nacional, dentre eles o Festival de Verão Salvador, Festival Fora do
Eixo e Conexão Ao Vivo. Com a participação do incentivador Carlinhos Brown e
Wado.
“Vamos pra Rua” conta com onze faixas que
trazem músicas com temas do cotidiano, o amor e Salvador. “O convívio e os
shows dos últimos dois anos nos deram outra visão do que e de como queríamos
fazer um disco. Amadurecimento ao pensar os próprios arranjos de forma mais
homogênea. As músicas estão mais enxutas’’ explica o vocalista Teago Oliveira.
A Bateria e os fãs (texto de apoio)

Um
cara tranqüilo, apaixonado por música e focado em seus objetivos. Esse é Felipe
Dieder, 32 anos, baterista da banda Maglore.
Por
ser uma banda que ainda não tem um espaço na grande mídia, a divulgação do
trabalho é feito através das redes sociais, e-mail e principalmente durante os
shows.
A
Maglore almeja ainda mais crescimento e sucesso para os próximos anos. Felipe
se mostra otimista e faz planos para o futuro. “Continuar circulando cada vez
mais pelo país em condições cada vez melhores e permanecer compondo e gravando
disco” decreta.
“A vontade de fazer música existe em
todos. Enquanto existir isso, estaremos bem. E sinto que temos isso” finaliza.
Mas
na caminhada existem dificuldades a serem superadas. Para uma banda que ainda
está iniciando elas são ainda maiores e requer muitos sacrifícios.
“Para quem não tem muito espaço na grande
mídia, o trabalho é bem no corpo a corpo mesmo. Tem que circular muito, pelo
país inteiro, com um show bem afiado. É nesse contato permanente com o publico
e encarando a parte boa e a parte ruim da estrada (viagens cansativas, o
desgaste dos nossos péssimos aeroportos, distancia da família e amigos) que o
trabalho amadurece e o alcance das nossas musicas se amplia”relata Felipe
Dieder.
A
meta é no segundo semestre do ano já iniciar a gravação do terceiro CD da Maglore.
Felipe acredita que o cenário musical baiano permite que uma banda de Rock
tenha um público, apesar de reconhecer os obstáculos.
“Hoje,
temos um cenário excelente, com possibilidades melhores de difusão do trabalho
de circulação. O que acho bacana de uma geração mais recente foi ter aberto os
olhos para referencias mais amplas da musica baiana e não se ater apenas ao
rock clássico. Hoje temos muita mistura brasileira, por exemplo. Isso é o que
vejo de mais interessante" explica.
E
é justamente essa nova geração que acompanha a Maglore. A psicóloga Patrícia Dalmas
(33) e a estudante de engenharia Isadora Ortins (21) são alguns de muitos fãs
que o grupo conquistou em pouco tempo.
“Conheci
a Maglore ouvindo um CD deles e me apaixonei pela banda de primeira. Depois fui
ao show deles em Salvador e sempre que posso estou presente” conta Dalmas que
faz questão de enaltecer o estilo musical praticado pela Banda Maglore.
“Curto
a banda pelo estilo de música, as letras, os músicos são de uma qualidade
ímpar. Todas as composições são autorais, é um som inteligente”.
“Para
mim é a melhor banda que surgiu nos últimos anos” destaca.
Só não pergunte a
Patrícia qual sua música preferida. Quando o papo é música, fã que é fã tem
várias opções. “Essa é uma pergunta difícil. Fico empolgada escutando todas”,
finaliza.
Já
Isadora, é direta quando o assunto são os motivos que fazem ser fã do Maglore. “Gosto
da Maglore, pois é uma das poucas bandas legais do Rock da Bahia”.
Sempre
que o grupo realiza apresentações em Salvador, Isadora está presente. É com o
carinho de Patrícia, Isadora e muitos outros fãs que a Maglore segue sua trilha
de sucesso, fazendo da Bahia do Axé uma terra com espaço para o Rock.
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