por Luiz Ramon Abdon
Leo Dias e Fabiola Reipert não são santos, nem tão pouco eu. Aliás, nenhum jornalista que trabalha com veículo de imprensa é. Todos nós buscamos um furo de reportagem, seja no campo editorial de economia ou política.
Alguns têm o pensamento de que jornalista de celebridades é uma "merda", se você tem a mesma ideologia peço que não continue lendo. Por favor. Hoje faço jornalismo por vocação, e durante anos de minha vida imaginei algo prazeroso e que eu trabalhasse por amor, para que nada caísse na rotina. No início de carreira você não pode escolher muita coisa, mas é uma gostosura ser taxado de "inútil" ou receber uma maldosa gargalhada na cara, do tipo "que IDIOTA". Não ligo, pois vou mostrando como sou e vou sendo como posso. E sim, me sinto ao máximo, devido à editoria ser tão importante que chega a figurar na lista das mais preocupantes de qualquer veículo. É igual a pornô: todo mundo vê, mas ninguém assume.
"O preconceito contra o jornalista de celebridades é algo ridículo. As pessoas criticam, mas saem em busca de informação sobre a vida dos famosos, leem as matérias, compartilham e curtem. Em sua maioria, a má fama de um jornalista de celebridades é levada a todos, infelizmente. O jornalista de celebridades tem que ter todo o cuidado ao repercutir uma notícia, assim como qualquer outro jornalista, a fonte tem que ser segura. Se ele comete um erro à notícia se volta contra ele e por conta disso, ele pode ser processado. E processo, não é algo incomum nesse meio", afirma Gabriela Sousa, estudante de jornalismo.
Muitos artistas entram em conflito judiciais com jornalistas de celebridades, por terem a audácia em publicar a notícia que outros profissionais da área tem "medo", ou melhor, quando surge uma crítica, geralmente é no modelo "morde e assopra" ou com conteúdo "enxuto" de algum veículo de imprensa paulista ou carioca. Na Bahia não se vê veículos de imprensa ousados em publicar notícias negativas ou críticas, devido uma proteção exagerada aos grandes nomes do axé music (Ivete Sangalo, Saulo, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Chiclete com Banana, entre outros). Nomes "tabus", que ninguém ousa em falar dessa turma, pela regra de perder privilégios.
"Eu gosto desse tipo de jornalismo, mas a forma que dão importância a algumas notícias é desnecessária. Tipo, o fim do namoro de Neymar e Bruna Marquezine, poderia ser mais um fim de namoro adolescente qualquer, mas neste caso trata-se do craque do Barcelona e de uma jovem atriz da Rede Globo. Inclusive notícias sobre famosos tem uma grande repercussão", explica a jornalista Laís Lopes.
Reipert e Leo Dias são super criticados porque exercem o jornalismo de uma forma certa e bem feita. Não se vendem e são críticos. Por sinal, senso crítico é o que falta no jornalista brasileiro. Soube que vários profissionais já trocaram favores sexuais, a própria honra, convites, carro, credencial de imprensa, entre outros.
Trabalhar na televisão? Se expor? Manter a vida privada? Aguente as consequências. A televisão é aberta e também é preciso lembrar que é uma autorização pública. Personalidades da mídia, que se expõem ao público devem ter críticas igualmente públicas. Em vez de censurar o jornalista de celebridades, deveriam agradecer por existir, já que ganham o marketing gratuito. O registro digno e diário da vida de personalidades do meio artístico no futuro será alvo de biógrafos em pesquisas acadêmicas.
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