segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Marcola e seus "Soldados"


Curso: Jornalismo

Aluna: Adriana Leão

Turma: I

 

Marcola e seus "soldados"

 

O Brasil está entre os 20 países mais violentos do planeta, vivemos presos, trancafiados em nossas casas, com medo de tudo e de todos, saímos sem saber se voltamos. Antigamente, quando se ouvia falar em violência, era algo muito distante de nossas vistas, era apenas na televisão um caso ou outro, de repente, a violência chegou a nossos vizinhos, nossas famílias enfim, em nossas vidas diretamente. O quê mudou? Por que tanta violência? Será que tem solução? São tantas perguntas e, sinceramente, as respostas são assustadoras.

Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, traficante do Rio de Janeiro, que atualmente está preso deu uma entrevista ao Jornal O Globo, onde ele diz que não ha solução, pois não conhecemos de fato o problema. Ele diz que não é apenas parte do PCC, ele é mais que isso, ele é o sinal de novos tempos. Antes, ele era invisível porque era pobre, da favela e o governo não se importava. Agora ele está rico com a "multinacional do pó". E nós estamos morrendo de medo... "nós somos o início tardio de vossa consciência social", "sou culto, leio Dante na prisão". 

Marcola: “Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar... Mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba... Estamos no centro do insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala”.

"Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói"? Pois é; chegamos, somos nós! Ha, ha... vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivando na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Estamos diante de uma pós-miséria. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia. Meus comandados são uma mutação de espécie social, são fungos de um grande erro sujo".

Ao ver essas declarações, o que esperar dessa sociedade? Quem tem culpa? Será mesmo que o fato de não ter dinheiro, lhe dar o direito de roubar e matar colocando a culpa na pobreza?  Como podemos resolver essas questões se os próprios governantes deixam a desejar em vários aspectos sociais?

Por que nossos governantes não se importam com a violência? Por que a população é quem sempre paga? Até quando vamos sofrer a dor de perder pessoas queridas? O tráfico de drogas gera violência e está matando pessoas de bem, crianças, dilacerando as famílias, causando dor e sofrimento. Até quando vamos viver assim? Num país onde o que fala mais alto, é o dinheiro e o poder e não os valores que um dia nos foi passado e ha muito já se foi esquecido.

O que se esperar de um futuro? Será que ele existe? Viver cada dia sem saber se o amanhã chegará. A violência aflige toda a população, as pessoas vivem com medo de sair de suas casas, são assaltadas e muita vezes assassinadas sem nenhuma explicação, assim, gratuitamente.

Salvador foi considerada a terceira Capital mais violenta do País, no dia 13 de fevereiro de 2014, o traficante Tiago Guimarães Pinto conhecido como Titanic, foi morto numa operação da Polícia Militar, o Major Saulo Roberto comandante das Rondas Especiais da Polícia Militar disse que o negócio do Titanic era matar, matava a sangue frio em plena luz do dia, por isso seu apelido era Titanic. Ainda segundo o Major, a facção na qual Titanic fazia parte e comandava o bairro de Cosme de Farias, age no presídio e já está escolhendo alguém para ficar em seu lugar.

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