Curso: Jornalismo
Aluna: Adriana Leão
Turma: I
Marcola e seus "soldados"
O Brasil está entre os 20 países mais violentos do planeta, vivemos
presos, trancafiados em nossas casas, com medo de tudo e de todos, saímos sem
saber se voltamos. Antigamente, quando se ouvia falar em violência, era algo
muito distante de nossas vistas, era apenas na televisão um caso ou outro, de
repente, a violência chegou a nossos vizinhos, nossas famílias enfim, em nossas
vidas diretamente. O quê mudou? Por que tanta violência? Será que tem solução?
São tantas perguntas e, sinceramente, as respostas são assustadoras.
Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, traficante do Rio de Janeiro,
que atualmente está preso deu uma entrevista ao Jornal O Globo, onde ele diz
que não ha solução, pois não conhecemos de fato o problema. Ele diz que não é
apenas parte do PCC, ele é mais que isso, ele é o sinal de novos tempos. Antes,
ele era invisível porque era pobre, da favela e o governo não se importava.
Agora ele está rico com a "multinacional do pó". E nós estamos
morrendo de medo... "nós somos o início tardio de vossa consciência
social", "sou culto, leio Dante na prisão".
Marcola: “Vocês é que têm
medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar...
Mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba... Estamos no
centro do insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira
da morte, a única fronteira. Já somos outra espécie, já somos outros bichos,
diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque
do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala”.
"Vocês intelectuais
não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói"? Pois
é; chegamos, somos nós! Ha, ha... vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó,
né? Meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse
país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira
coisa crescendo aí fora, cultivando na lama, se educando no absoluto
analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas
brechas da cidade. Estamos diante de uma pós-miséria. A pós-miséria gera uma
nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia. Meus comandados são uma
mutação de espécie social, são fungos de um grande erro sujo".
Ao ver essas declarações, o que esperar dessa sociedade? Quem tem culpa?
Será mesmo que o fato de não ter dinheiro, lhe dar o direito de roubar e matar
colocando a culpa na pobreza? Como
podemos resolver essas questões se os próprios governantes deixam a desejar em
vários aspectos sociais?
Por que nossos governantes não se importam com a violência? Por que a
população é quem sempre paga? Até quando vamos sofrer a dor de perder pessoas
queridas? O tráfico de drogas gera violência e está matando pessoas de bem, crianças,
dilacerando as famílias, causando dor e sofrimento. Até quando vamos viver
assim? Num país onde o que fala mais alto, é o dinheiro e o poder e não os
valores que um dia nos foi passado e ha muito já se foi esquecido.
O que se esperar de um futuro? Será que ele existe? Viver cada dia sem
saber se o amanhã chegará. A violência aflige toda a população, as pessoas
vivem com medo de sair de suas casas, são assaltadas e muita vezes assassinadas
sem nenhuma explicação, assim, gratuitamente.
Salvador foi considerada a terceira Capital mais violenta do País, no
dia 13 de fevereiro de 2014, o traficante Tiago Guimarães Pinto conhecido como
Titanic, foi morto numa operação da Polícia Militar, o Major Saulo Roberto
comandante das Rondas Especiais da Polícia Militar disse que o negócio do
Titanic era matar, matava a sangue frio em plena luz do dia, por isso seu
apelido era Titanic. Ainda segundo o Major, a facção na qual Titanic fazia
parte e comandava o bairro de Cosme de Farias, age no presídio e já está
escolhendo alguém para ficar em seu lugar.
0 comentários:
Postar um comentário