Com certeza você já ouviu alguma dessas expressões por aí. E deve está achando esse titulo preconceituoso e totalmente racista, mas o preconceito está nos olhos de quem vê!
Sou negra, moro no subúrbio ferroviário de Salvador, sou universitária e estudo em uma instituição particular bem conceituada, que fica localizada em área nobre. Em que os estudantes, na maioria deles “ostentam superioridade” e muitos utilizam financiamento estudantil como o FIES. Nunca sofri nenhum preconceito explicito, mas você sente diferença em certas situações como: Entrar em uma loja e não ser abordada de imediato, ao falar o nome do meu bairro, entre outros que é perceptível a diferença por mínima que seja.
Finalmente o que é racismo? E a resposta mais ouvida seria: É a pessoa que não gosta de negro. No dicionário a definição é: Atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com características diferentes, notadamente etnia, religião, cultura, etc.
Teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outros, baseada num conceito de raça, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país (segregação racial) ou mesmo visando o extermínio de uma minoria.
Portanto o conceito vai além de uma resposta simples, muitos falam e não sabem o real significado. É interessante observar o cotidiano e situações corriqueiras que por serem tão comum já não chama tanta atenção. No último sábado o ator Lazaro Ramos estava no bairro de Plataforma realizando gravações pelas ruas, chamando atenção por ser um ator baiano conhecido. Quando cheguei a Praça de São Braz sem saber o que estava acontecendo, parei com minha irmã para esperar alguns amigos. E a tia da sorveteria falou: Meninas aquele cara da novela passou aqui duas vezes já, só não consegui lembrar o nome dele, chamei de Benson e ele respondeu e me cumprimentou. Relatou toda sorridente e mostrou que ele estava bem próximo com a equipe de gravação. Então chamei minha irmã para ir comigo tirar uma foto com ele, mas ela se negou, pois tinha vergonha, quando os amigos chegaram chamei e ninguém quis ir e um deles me respondeu da seguinte forma: “Eu vou lá dar ousadia aquele preto, já vi gente mais importante que ele e não pedi. Preto não da ousadia a preto!”. Fiquei totalmente abismada com a resposta e chamei-o de metido, mas querendo dizer preconceituoso.
Isso serve de exemplo que o racismo não é apenas do branco para o negro, mas existe e muito de negro para negro. É negro que não assume suas origens e preferem usar expressões que disfarçam na visão deles seu tom de pele, tais como: moreno, mulato, pretinho, moreno claro, mestiço, desbotado e por aí vai. Mas não conseguem responder que sua raça é negra.
O racismo continua totalmente presente na sociedade brasileira, não ficou no passado de uma população onde a mistura de raças é predominante.
Recentemente a jornalista baiana Lília de Souza, de 34, foi renovar seu passaporte na unidade da Policia Federal do Salvador Shopping e na hora de tirar a foto para o documento, uma agente da PF perguntou se Lilia poderia prender seu cabelo, pois o sistema não aceitava a imagem gerada por causa do estilo “black power”. Mesmo se sentindo constrangida Lilian prendeu o cabelo.
Outro caso que chamou
atenção ocorreu em Minas Gerais, uma jovem de 20 anos postou no seu perfil do
Facebook uma foto que aparece abraçada com o namorado, uma situação totalmente
normal se a jovem não fosse negra e o namorado fosse branco e se o racismo nunca
tivesse existido. A foto foi repleta de comentários racistas como: "Ele é seu dono?", “Onde comprou
essa escrava?” ou que afirmava que ela havia “roubado um branco para fazer a
foto”. Ao visualizar a repercussão preconceituosa, a garota retirou a imagem,
mas, a imagem já tinha sido compartilhada por outros usuários que ficaram
indignados com os comentários.
A jovem registrou ocorrência na 4ª Delegacia Regional de
Polícia Civil nesta terça-feira (26), segundo o jornal Extra. A Delegacia de
Crimes Cibernéticos já foi acionada para dar apoio à investigação.
No primeiro caso, a jornalista negou qualquer tipo de ato
racista por parte dos agentes da Policia Federal. A mesma sofreu preconceito do
sistema, que adota um padrão estético determinado pela sociedade no qual cabelo
Black esta totalmente fora dos padrões, normal é ter cabelo liso e se for
crespo tem que ser quimicamente tratado, escovado e pranchado, assim se encaixa
perfeitamente. Então a culpa é da maquina? Jamais! A culpa é de quem criou um
sistema totalmente racista e definido para atender a padrões estéticos dos
brancos.
O segundo caso é totalmente diferente, uma jovem negra é
descriminada por namorar um jovem branco. Mas isso em minha opinião não é novidade,
o que chamou atenção foi a repercussão que uma foto que deveria ser considerada
normal causou. Mas os comentários racistas e preconceituosos só afirmam que o
racismo faz parte do cotidiano, seja disfarçado ou explicito como foi no caso com
a jovem mineira.Como citei no inicio, o preconceito esta nos olhos de quem vê. Afinal cada um enxerga as pessoas da forma que quer, seja um branco, um negro ou um índio. Mas a frase perfeita é: Somos todos iguais, diante dos olhos de Deus.
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