quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Alunos Praticam Boicote ao ENADE

Alunos Praticam Boicote ao ENADE

Por Diogo Marques Freire

Criado em 2004 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira(INEP), para substituir o antigo Exame Nacional de Cursos(Provão), o ENADE é uma prova feita anualmente, e é usada para avaliar cursos de ensino superiores brasileiros, e assim, atribuir uma nota a determinado curso e universidade.

A primeira vista, o ENADE é tanto útil as faculdades/universidades, que ganham renome em proporção da nota de determinado curso, quanto para os alunos, que ganham prestigio nos seus currículos para futuras entrevistas de empregos, e não deveria existir motivos para discussões e desentendimentos. Entretanto, não é isso que acontece na realidade.

Ocorreram em 2013 diversos boicotes contra o ENADE, como em universidades como a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na qual os alunos deixavam a prova em branco, e acabou resultando na diminuição da nota do curso de 4,96 para 0,29, ou na Universidade Federal do Paraná (UFPR), que levou a suspensão do vestibular para o curso de comunicação.












Para alguns desses alunos, a forma como o ENADE é aplicado é injusta. Em entrevista ao jornal Zero Hora, o jornalista Mathias Rodrigues, 22 anos, considera que a prova não representa o peso que ela tem no curso: “Se você faltar na prova, não tem direito de se formar. O que normalmente se faz no boicote é ir à prova, colar o adesivo, entregá-la e sair. É muito ruim que uma prova com poucas questões e duração de três horas seja tão determinante para a avaliação que o curso terá”.

Apesar da atitude, Mathias deixa claro que a intenção não foi a de acabar com a imagem do curso: “Não significa que o curso seja ruim e que a gente queira que a imagem dele fique negativa, muito pelo contrário. Achamos que a partir da crítica, uma delas é o boicote no ENADE, podemos melhorá-lo”.

O professor Rogério Koff, que se formou na mesma faculdade e ocupa o cargo de diretor do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH), se sente indignado com a atitude dos alunos que boicotaram a prova: “O prejuízo que eles trouxeram é imperdoável. Isso prejudicou a minha instituição, na qual trabalho desde 1992 e me formei em 1986”.


Entretanto, não são todos os alunos de ensino superior que concordam com boicotes. Na mesma entrevista, Débora Dalla Pozza, 21 anos, da mesma turma de Mathias, respeita a decisão do boicote, mas posicionou-se contra e fez a prova: “A ferramenta do boicote, apesar de legítima, é pouco eficiente para o fim que serve. Baixar o conceito do curso para trazer a visita do MEC não trará tantos resultados quanto conversar com os professores ”. 

Já Felipe Lima, Aluno de Ciência da Computação na Unifacs, considera o ENADE algo importante para o aluno: “É importante sim que estudantes a façam, caso eles queiram que a faculdade onde eles estudam não perca conceito”.

0 comentários:

Postar um comentário