Alunos Praticam Boicote ao ENADE
Por
Diogo Marques Freire
Criado
em 2004 pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira(INEP),
para substituir o antigo Exame
Nacional de Cursos(Provão), o ENADE é uma prova feita anualmente, e
é usada para avaliar cursos de ensino superiores brasileiros, e
assim, atribuir uma nota a determinado curso e universidade.
A
primeira vista, o ENADE é tanto útil as faculdades/universidades,
que ganham renome em proporção da nota de determinado curso, quanto
para os alunos, que ganham prestigio nos seus currículos para
futuras entrevistas de empregos, e não deveria existir motivos para
discussões e desentendimentos. Entretanto, não é isso que acontece
na realidade.
Ocorreram em 2013 diversos boicotes contra o ENADE, como em universidades como a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na qual os alunos deixavam a prova em branco, e acabou resultando na diminuição da nota do curso de 4,96 para 0,29, ou na Universidade Federal do Paraná (UFPR), que levou a suspensão do vestibular para o curso de comunicação.
Para
alguns desses alunos, a forma como o ENADE é aplicado é injusta. Em
entrevista ao jornal Zero Hora, o jornalista Mathias
Rodrigues, 22 anos,
considera que a prova não
representa o peso que ela tem no curso: “Se
você faltar na prova, não tem direito de se formar. O que
normalmente se faz no boicote é ir à prova, colar o adesivo,
entregá-la e sair. É muito ruim que uma prova com poucas questões
e duração de três horas seja tão determinante para a avaliação
que o curso terá”.
Apesar
da atitude, Mathias deixa claro que a intenção não foi a de acabar
com a imagem do curso: “Não
significa que o curso seja ruim e que a gente queira que a imagem
dele fique negativa, muito pelo contrário. Achamos que a partir da
crítica, uma delas é o boicote no ENADE,
podemos melhorá-lo”.
O
professor Rogério
Koff, que
se formou na mesma faculdade e
ocupa o cargo de diretor do Centro de Ciências Sociais e Humanas
(CCSH), se
sente indignado com a atitude dos alunos que boicotaram a prova: “O
prejuízo que eles trouxeram é imperdoável. Isso prejudicou a minha
instituição, na qual trabalho desde 1992 e me formei em 1986”.
Entretanto,
não são todos os alunos de ensino superior que concordam com
boicotes. Na mesma entrevista, Débora
Dalla Pozza, 21 anos, da
mesma turma de Mathias, respeita a decisão do boicote, mas
posicionou-se contra e fez a prova: “A ferramenta do boicote,
apesar de legítima, é pouco eficiente para o fim que serve. Baixar
o conceito do curso para trazer a visita do MEC não trará tantos
resultados quanto conversar com os professores ”.
Já Felipe Lima,
Aluno de Ciência da Computação na Unifacs, considera o ENADE algo
importante para o aluno: “É importante sim que estudantes a façam,
caso eles queiram que a faculdade onde eles estudam não perca
conceito”.
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