Comunicação nas organizações
Por: Maurício Gramacho
Com o tema ‘Comunicação nas organizações: ferramenta para
gerenciamento de crise’, o Prof. Me. Derval Gramacho ministrou um minicurso
para mais de quarenta participantes inscritos na nona edição do Intercult/2014,
um evento multicultural realizado pala UNIJORGE da Av. Paralela.
Atualmente lecionando nos Cursos de Administração, Marketing
e Logística do Campus Comércio, o professor defende a tese de que toda crise
passa pela comunicação, principalmente porque nenhuma pessoa possui repertório
idêntico ao de qualquer outra pessoa.
Partindo dessa premissa como o primeiro e mais difícil ruído
para consumar um processo comunicacional positivo, Gramacho afirma que ao
tentar tornar comum uma informação, um fato, um evento, um acontecimento, em
parte, isto se realiza; contudo, a
mensagem será decodificada por cada receptor de acordo com sua capacidade
cognitiva de assimilação, interpretação e negociação que lhe é dada pelo seu
repertório (bagagem de vida), por sua cultura e até mesmo pela ideologia à qual
está submetido.
Por mais fácil que possa parecer o fato de nos comunicarmos
todo o tempo, comunicação não é um processo simples ou de fácil realização. Toda
comunicação se realiza através de um processo de negociação, ou seja, cada
código componente da mensagem vai ser interpretado pelo receptor a partir de
uma negociação que compreende os valores que cada código tem para este sujeito,
de acordo com os significados que para ele representa cada significante.
Destacou também a importância de não nos damos conta de como
o nosso consciente e inconsciente são rápidos e capazes de processar essas
ações em frações de segundos. Os demais ruídos da comunicação parecem sumir
diante do gigantismo deste fenômeno.
“Uma má comunicação é, quase sempre, o principal estopim de
uma desavença, de uma briga, do rompimento de relações, de desestruturação,
logo, gerador de uma crise por vezes irreversível”, disse Derval. “O mau uso
das palavras e das normas gramaticais, a desobediência às regras ortográficas
que podem levar a interpretações completamente equivocadas, até a obediência
cega às regras do Word que, via de regra, não são verossímeis, podem complicar
ainda mais o objetivo de produzir uma boa comunicação”, completou.
No âmbito da comunicação organizacional, destacou que a
primeira atitude de quem quer comunicar é identificar o público alvo de sua
mensagem, respeitar-lhe a diferença, as variáveis culturais, o nível sócio-educativo.
E, ainda que sejam empregados os melhores recursos, nada
será suficiente para garantir o convencimento pleno de um discurso. Por mais
que se pareçam uns com os outros, é preciso entender que cada sujeito da
espécie humana tem sonhos, desejos, pulsões, e vontades únicas.
Ao final da sua explanação, o professor concluiu
brilhantemente que, sendo cada indivíduo um organismo exclusivo, específico e
diferente de todos os demais, acredita que a comunicação entre os sujeitos se
realize por aproximação dos valores de cada um; da negociação constante das suas
verdades, o que pode permitir ou possibilitar a cada comunicado uma resposta
positiva, mas que não implica na aceitação do que está sendo comunicado.
A audiência se manteve atenta e interessada ao longo de toda
apresentação, e saiu satisfeita com todo conhecimento disseminado, com
esperança de que as futuras edições da Intercult sejam igualmente produtivas.
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