quarta-feira, 5 de novembro de 2014


Comunicação nas organizações

Por: Maurício Gramacho

Com o tema ‘Comunicação nas organizações: ferramenta para gerenciamento de crise’, o Prof. Me. Derval Gramacho ministrou um minicurso para mais de quarenta participantes inscritos na nona edição do Intercult/2014, um evento multicultural realizado pala UNIJORGE da Av. Paralela.

Atualmente lecionando nos Cursos de Administração, Marketing e Logística do Campus Comércio, o professor defende a tese de que toda crise passa pela comunicação, principalmente porque nenhuma pessoa possui repertório idêntico ao de qualquer outra pessoa.

Partindo dessa premissa como o primeiro e mais difícil ruído para consumar um processo comunicacional positivo, Gramacho afirma que ao tentar tornar comum uma informação, um fato, um evento, um acontecimento, em parte, isto se realiza;  contudo, a mensagem será decodificada por cada receptor de acordo com sua capacidade cognitiva de assimilação, interpretação e negociação que lhe é dada pelo seu repertório (bagagem de vida), por sua cultura e até mesmo pela ideologia à qual está submetido.

Por mais fácil que possa parecer o fato de nos comunicarmos todo o tempo, comunicação não é um processo simples ou de fácil realização. Toda comunicação se realiza através de um processo de negociação, ou seja, cada código componente da mensagem vai ser interpretado pelo receptor a partir de uma negociação que compreende os valores que cada código tem para este sujeito, de acordo com os significados que para ele representa cada significante.

Destacou também a importância de não nos damos conta de como o nosso consciente e inconsciente são rápidos e capazes de processar essas ações em frações de segundos. Os demais ruídos da comunicação parecem sumir diante do gigantismo deste fenômeno.

“Uma má comunicação é, quase sempre, o principal estopim de uma desavença, de uma briga, do rompimento de relações, de desestruturação, logo, gerador de uma crise por vezes irreversível”, disse Derval. “O mau uso das palavras e das normas gramaticais, a desobediência às regras ortográficas que podem levar a interpretações completamente equivocadas, até a obediência cega às regras do Word que, via de regra, não são verossímeis, podem complicar ainda mais o objetivo de produzir uma boa comunicação”, completou.

No âmbito da comunicação organizacional, destacou que a primeira atitude de quem quer comunicar é identificar o público alvo de sua mensagem, respeitar-lhe a diferença, as variáveis culturais, o nível sócio-educativo.

E, ainda que sejam empregados os melhores recursos, nada será suficiente para garantir o convencimento pleno de um discurso. Por mais que se pareçam uns com os outros, é preciso entender que cada sujeito da espécie humana tem sonhos, desejos, pulsões, e vontades únicas.

Ao final da sua explanação, o professor concluiu brilhantemente que, sendo cada indivíduo um organismo exclusivo, específico e diferente de todos os demais, acredita que a comunicação entre os sujeitos se realize por aproximação dos valores de cada um; da negociação constante das suas verdades, o que pode permitir ou possibilitar a cada comunicado uma resposta positiva, mas que não implica na aceitação do que está sendo comunicado.

A audiência se manteve atenta e interessada ao longo de toda apresentação, e saiu satisfeita com todo conhecimento disseminado, com esperança de que as futuras edições da Intercult sejam igualmente produtivas.

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