terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cores e glamour marcam palestra de Gabriela Cruz

Por Lorena Souza

Moda, beleza, assessoria de comunicação e os bastidores de todo grande evento foram os temas da palestra de Gabriela Cruz. A editora do caderno Bazar do jornal Correio, foi uma das convidadas da nona edição do Interculte (Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologia e Educação) do Centro Universitário Jorge Amado, evento realizado entre os dias 28 e 30 de outubro.

Durante a palestra, Gabriela trouxe alguns números da São Paulo Fashion Week (SPFW), convites e releases de assessoria bem elaborados, além de nomes de jornalistas baianas que conseguiram se destacar no mundo da moda, a exemplo de Ágata Fidelis, formada pelo Centro Universitário Jorge Amado e que, atualmente, trabalha na L’Officiel.

Gabriela conta que o jornalismo a escolheu, porque o que ela queria mesmo era ser publicitária. “Quando comecei a cursar as duas faculdades, acabei optando por jornalismo e percebi que poderia trilhar um caminho que me fizesse feliz e posso dizer, hoje, que sou feliz.”

A palestrante respondeu algumas perguntas sobre a rotina do jornalismo, moda e estilo dos baianos:

Jornalismo Unijorge: Qual foi o melhor momento da sua profissão?

Gabriela Cruz: O amadurecimento é o melhor da profissão. Entrevistar um estilista como Vitorino Campos, 26 anos, que está estourado no país, e ele lembrar que me deu a primeira entrevista aos 19 anos. Ver como ele evoluiu e sentir que fiz parte indiretamente dessa história todas as vezes que escrevi sobre ele.

JU: Primeiro desfile que cobriu?

GC: Não lembro o primeiro desfile, mas lembro que a primeira entrevista foi para Cauã Reymond, quando ele desfilou na Semana Iguatemi de Moda há uns 10 anos e ele fez uma selfie comigo usando minha câmera (rs). Eu estava tirando fotos das araras com as roupas que seriam desfiladas e ele perguntou se eu não queria fazer foto com ele. Nesse mesmo dia, entrevistei a apresentadora Mariana Weickert, que na época era uma modelo estourada e estrela do evento. Não fiquei tensa porque vinha de um trabalho como assessora de imprensa de um sindicato que me colocou cara a cara com grandes executivos do país, presidentes de companhias como a Bradesco Seguros. Já estava preparada.

JU: Como funciona o trabalho de jornalismo de moda?

GC: No caso do Bazar, não fazemos jornalismo de moda apenas. Ele é um caderno de variedades. Escrevo mais sobre beleza ou decoração do que sobre moda, mas a moda acabou ficando mais presente do que os outros assuntos por afinidade. Leio muitas revistas, leio os sites, principalmente o FFW, estou sempre em contato com estilistas baianos, alguns viraram meus amigos, inclusive. Vivo em busca de um "furo", uma novidade.

JU: Como é a sua rotina?

GC: Chego no jornal por volta das 11h e fico lá até as 19h. Fazemos reuniões de pauta, vejo as necessidades da equipe (somos em 6), leio os emails (por volta de 400 por dia), faço minhas matérias e edito o caderno. Recentemente o Bazar ganhou uma página no site do jornal Correio e temos que pensar em conteúdo para esse canal também. Ainda somos fracos nas redes sociais, mas esse olhar está em nossos planos (falo "nossos" porque são decisões tomadas em equipe sempre).

JU: Está sempre em contato com as marcas?

GC: Tenho contato próximo com os estilistas locais. Quanto às marcas nacionais, recebo muita informação de assessoria de imprensa. Cabe a mim ver nesse material um recorte para nosso público.

JU: Acredita que os soteropolitanos são ligados em moda?

GC: Os soteropolitanos são ligados em moda em vários graus. Temos os mais interessados, que sabem de tudo que rola nesse universo, até as pessoas que entendem moda como algo trivial. Mas como uma grande metrópole, Salvador está sintonizada à moda e lançando algumas modas.


JU: Qual a maior dificuldade em ser editora de um caderno de variedades?

GC: Pensar o todo é difícil. Percebi que não posso abraçar o mundo. Tento estar sempre atenta e informada e aprendo todos os dias com os colegas. Vivemos uma relação de troca muito rica e isso ajuda a lidar com um caderno como o Bazar sem desespero. Essa vontade de querer saber sempre mais me ajuda a ser uma jornalista melhor, a não ficar ultrapassada, mas além dos assuntos do Bazar, tenho que saber sobre o que acontece na cidade, no país e no mundo, como cidadã e como profissional, já que tenho plantão em alguns fins de semana e, nesses momentos, preciso estar preparada para escrever e editar qualquer assunto, de política a futebol
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