terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Fonoaudióloga ensina como cuidar e melhorar a voz


Uma boa voz pode fazer a diferença em qualquer situação. Entretanto, pelo fato de achar o seu cuidado algo trivial, a maioria das pessoas não o faz como deveria, e como outras partes do corpo, ela também requer atenção.
E para aquelas pessoas que não entendem como a saúde da voz pode interferir na vida cotidiana, é importante ressaltar que não são apenas atores, professores, cantores, locutores ou profissionais de telemarketing que dependem da voz para trabalhar, pois, cerca de 70% da população ativa têm na voz o instrumento de trabalho mais exigido, mesmo que ela não seja o foco de suas tarefas.
Esse e outros assuntos foram pautados no minicurso “O uso da voz: oficina da técnica vocal e interpretação”, da fonoaudióloga Acácia Monteiro, na nona edição do Interculte - Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologias e Educação -, no dia 29 de outubro.
E para falar mais sobre o tema do minicurso, o Jornalismo Unijorge conversou com a fonoaudióloga, que além de ser professora e supervisora pedagógica da Unijorge, é professora de Técnica Vocal, Canto Erudito e Canto Popular, graduada em Canto pela Ufba e  já atuou como professora de Canto no STBN em Feira de Santana e na Escola de Música da Ufba.
Confira o que a profissional falou na íntegra:
JORNALISMO UNIJORGE: Qual é a importância da voz?
Acácia Monteiro: A voz é o principal meio no qual os homens se comunicam entre si. Tem grande importância social e resulta de características herdadas e do ambiente em que vivemos. Cada voz é única como nossas impressões digitais e podemos identificá-las pela forma com que a usamos, embora ela varie bastante de acordo com nossas emoções e com as pessoas com quem falamos.
JU: Como o corpo produz e emite a voz?
A.M: A voz é produzida na laringe, que é um tubo que fica no pescoço. Dentro dele, temos duas dobras de músculos e mucosa, chamadas de “cordas vocais” (o nome correto é pregas vocais). Para produzir a voz, essas pregas vibram com a passagem do ar dos pulmões, como uma bexiga com a boca esticada liberando o ar. Esse som é transformado em fala pelos movimentos das estruturas como língua, boca, dentes e lábios.
JU: O que pode prejudicar a voz?
A.M: Entre os principais problemas que afetam a voz temos as doenças respiratórias (rinite, sinusite e alergias que dificultam a produção da voz e podem fazer com que forcemos ao falar), doenças gástricas (em especial a gastrite e o refluxo gastroesofágico podem ocasionar no ferimento das pregas vocais por causa do ácido envolvido na digestão). O consumo excessivo de cigarro e bebidas irritam a mucosa das pregas vocais e recomenda-se o uso controlado. Ainda, o consumo de refrigerante e alimentos condimentados não é indicado, pois dificultam a digestão e podem gerar gases que comprimem um importante músculo utilizado na respiração, o diafragma.
JU: Quais os prejuízos que os distúrbios na voz podem causar às pessoas?
A.M: Evidentemente que dependendo do distúrbio vocal e do impacto que este causa na voz, os prejuízos são claros, e pode ser pessoal, social, emocional e especialmente profissional, limitando este profissional, e em algumas situações interrompendo uma carreira promissora, reduzindo a satisfação com o trabalho. Os prejuízos são enormes.
JU: Quais os cuidados que devemos tomar para ter uma boa saúde vocal?
A.M: É essencial falar sem fazer força e abrir a boca para articular bem as palavras. Beber água aos poucos e ao longo do dia, evitar gritar, falar muito em ambientes ruidosos, competindo com o barulho e pigarrear. Limite o uso do álcool e, se fumar, procure um programa para interromper o tabagismo. Os Remédios caseiros para melhorar a voz geralmente não dão resultados e podem afetar sua garganta.

Por: Larissa Ramos

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O perigo virtual
Por: Leonardo Moreira

Privilegio dos dias de hoje, a internet vem crescendo constantemente. Esta torna a vida mais pratica e possibilita uma maior aproximação das pessoas retirando a idéia de um mundo gigante. Este meio de comunicação se tornou uma ótima ferramenta para quem procura entretenimento, porém o que preocupa é até onde vai essa busca.
A internet é basicamente usada por jovens e estes são os que frequentemente participam de crimes virtuais, onde na sua maioria são fotos intimas sendo publicadas e compartilhadas nas redes sociais, como recentemente um vídeo de um rapaz fazendo sexo se tornou publicou ao ponto de uma banda gravar uma musica se referindo ao vídeo gravado. Will que ficou conhecido pelo whatsapp diz que ele próprio quem saiu espalhando o vídeo entre amigos e que ao se dar conta estava reconhecido como o “machucador” por conta de uma musica que foi gravada por Robsão cantor de pagode. Embora não se importa com o que aconteceu em outros casos é bem diferente, principalmente quando é mulheres as vitimas.  
As crianças e os adolescentes que ainda não tem a conduta da maturidade necessária para fazer tal uso, deveriam ter uma adequada observação dos pais sobre o que realmente fazem.
A psicopedagoga Geane de Jesus orienta que nesses casos para melhorar no monitoramento das crianças e adolescentes sem se tornar muito invasivo é o uso do computador em um ambiente de movimento na casa, pois além de não se isolar, o filho esta em constante contato com a família, o que dificulta qualquer exposição a algum risco. E acrescenta ainda que mesmo que um pai confie no seu filho, ele deve prestar atenção sempre no que vem acontecendo, pois com os avanços da tecnologia principalmente no celular tudo pode acontecer num piscar de olhos.
O mundo virtual chegou e é necessário ter muito cuidado com tudo de novo que vem acontecendo, pois na suas maiorias das vezes o que é bom e de fácil acesso pode destruir a vida das pessoas sem se dar conta. 


Namoro no local de trabalho deve ou não acontecer?

                                                                                       Por: Leonardo Moreira

É bem possível que nos dias de hoje as pessoas encontrem sua cara metade no local de trabalho, mas se isso acontecer como proceder? Evitar ou tentar mesmo sabendo que muitas das empresas não admitem relacionamento entre colegas de trabalho?
Namoro em local de trabalho não pode e nem deve ser proibido pelas empresas, de acordo com o advogado Clessio Peixoto formado em direito que advoga em causas trabalhistas na cidade de Jitaúna, interior da Bahia. O advogado explica que há uma grande diferença entre manter um relacionamento fora do local de trabalho e ter um relacionamento dentro do local de trabalho, o que é extremamente proibido explica ele, que demonstrações de carinhos explícitos, relações sexuais dentro da empresa ou qualquer outro tipo que demonstre uso do horário de expediente para se relacionar, não pode acontecer e gerar por fim justa causa em qualquer empresa, mesmo naquelas que aceitam abertamente um relacionamento entre funcionários.
Os relacionamentos não podem se impedido formalmente em contrato ou algo do tipo, embora muitas empresas fazem uma conversa informal entre chefes e subordinados. Proibir relacionamento pode ser caracterizado como discriminatório, além de ser inconstitucional. Afirma o advogado. E mais o funcionário que for desligado por manter relacionamento com colega de trabalho pode e deve entrar na justiça contra dano moral e pedir indenização. Foi o caso que aconteceu há três anos com a recepcionista Cassia Oliveira que acabou se envolvendo com um colega de trabalho, e logo depois que assumiram o namoro foram desligados da empresa, Cassia diz que procurou saber o motivo do desligamento e que foi informada que desde que entrou na empresa sabia que não poderia manter relacionamento com ninguém dentro da empresa, e por conta disso não faria mais parte da empresa. A mesma diz que assim que assim que teve esta resposta como justificativa eles procuraram um advogado trabalhista e entrou com um processo contra empresa, onde saiu vitoriosa e ganharam uma boa indenização por discriminação.
- É horrível você ser demitida porque simplesmente se apaixonou por uma pessoa no local de trabalho, não posso me apaixonar é isso? Tenho que evitar encontrar o amor de minha vida no lugar onde passo mais tempo no dia? Foi um absurdo e um constrangimento muito grande. Diz Cassia.
Embora este fato acontecesse há três anos, hoje em dia ainda são possíveis se encontrar esse tipo de preconceito em algumas empresas, principalmente nas de pequeno porte ao contrario de muitas empresas de grande porte que aceitam sem nenhuma restrição onde a única diferença muitas vezes é transferir para outra unidade.

É inevitável se apaixonar por alguém principalmente quando esse alguém trabalha junto a você, mas se isso acontecer procure conversar abertamente com seu chefe e deixar bem claro que nada irá interferir no seu horário de trabalho e que o respeito com a empresa estará em primeiro lugar, será mais saudável e correto.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Editora do caderno Bazar do Correio apresenta minicurso sobre jornalismo de moda

*Por Lorena Mota


Realizado pelo Centro Universitário Jorge Amado, a nona edição do Interculte (Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologia e Educação) contou com diversas palestras, mesas-redondas e minicursos, entre eles, um com a editora do caderno Bazar do jornal Correio, Gabriela Cruz, no dia 29 de outubro.  

Intitulado de “Jornalismo de Moda no Brasil: Evolução, Veículos, Coberturas de Eventos e Mercado de Trabalho”, o minicurso abordou diversos temas, como moda, beleza, turismo, gastronomia, assessoria de comunicação e cobertura de grandes eventos.

Durante as explanações, a editora mostrou algumas informações sobre estrutura, número de funcionários e investimentos de marcas na São Paulo Fashion Week (SPFW). Além disso, citou o nome de jornalistas baianas que se destacam no mundo da moda, como Camila Gaio, Ágata Fidelis e Lays Tavares. Gabriela também indicou o livro Moda Intuitiva de Cris Guerra, que tem o objetivo de ajudar as pessoas a encontrarem seu próprio estilo.

A editora contou como surgiu o interesse pelo jornalismo moda. "Minha primeira oportunidade de atuar no Bazar, há 10 anos, foi para cobrir a Semana Iguatemi de Moda. Gostei da experiência e, quando surgiu a vaga, fui contratada", disse.

Sobre Gabriela Cruz

Gabriela é formada pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/Ufba), já cursou Metodologia do Ensino Superior e, atualmente, cursa Moda, Artes e Contemporaneidade na Olga Mettig. Gabriela trabalha como editora do caderno Bazar do jornal Correio. O caderno de variedades aborda assuntos como moda, gastronomia, beleza, decoração, turismo e pets, e possui também uma página na internet. Além disso, a editora escreve para a coluna Mix, também no próprio site do jornal.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Gente.net: A revolução dos relacionamentos

Por Lucas Correia

Paulo Leandro, professor doutor que ensina na Unijorge, apresentou a palestra “Gente.net” durante o Interculte, com o tema dos novos relacionamentos proporcionados pela era digital.

Usando recursos da literatura, assuntos acadêmicos relacionados ao pós-modernismo, e experiências de outras pessoas e próprias, Paulo Roberto Leandro conduziu a palestra, de forma bem lúdica, de forma a parecer uma conversa entre amigos.

Segundo o professor, a internet proporciona novas maneiras de interação humana, algumas até “que nunca existiram e nem imaginamos como serão”. Ele acredita que as novas tecnologias acabaram gerando uma revolução cultural, e já se tornou difícil criar uma identidade única para as pessoas.

Para Paulo, o que existe hoje é uma grande multiculturalidade, e a comunicação não é apenas feita e mediada por empresas ou profissionais especializados, mas sim por qualquer pessoa que tenha acesso à internet.

Por fim, várias experiências foram relatadas, de pessoas que encontraram familiares perdidos e até novos amores, incluindo a história do nascimento de um dos filhos do palestrante.

Perguntas do ping pong:
Você acredita que o pensamento moderno tem lugar neste novo mundo da era digital?
Você teve dificuldades em se adaptar à internet e as novas tecnologias?
Qual seria o papel do jornalista após a revolução cultural?
Até que ponto a era digital consegue diminuir as fronteiras físicas e simbólicas?
Quem seria o ser humano pós-moderno?
Como as novas tecnologias afetam as tradições mais antigas?

Qual a sua opinião sobre o prolongamento da adolescência na fase adulta?

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

" O cinema concorre com o smartphone", afirma Cláudio Marques

Por: Giulia Marquezini


O Interculte – Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologias e Educação, foi promovido pelo Centro Universitário Jorge Amado, e deu a oportunidade ao público de discutir crítica cinematográfica com o cineasta e diretor do Espaço Itaú de Cinema Cláudio Marques.  No dia 28 de outubro, Cláudio discutiu o tema com estudantes da faculdade, e com o público ouvinte, relembrando a história do cinema brasileiro, principalmente, o baiano.

De forma atenciosa e calma, Marques procurou responder a todas as perguntas do público. O diretor lembrou que, quando os Centros Históricos das grandes cidades foram ficando esvaziados, o cinema de rua perdeu força e os cinemas de shoppings se multiplicaram. 

Na década de 90, o cinema se reinventa. A TV, o vídeo-cassete, a internet e a tv a Cabo chegaram para tirar público dos grandes templos de rua, como eram os cinemas. “A solução encontrada pelo mercado foi compartimentar as grandes salas. Porém, muitas se extinguiram. Hoje, o cinema concorre com tudo, inclusive com o smartphone”, afirma.  

Sobre o cinema brasileiro, Marques disse que continua muito fechado. “O cinema, em si, é uma forma de expressão que nos faz transpor uma janela. O cinema baiano precisa participar dos festivais nacionais e estrangeiros e se abrir mais, procurar sair deste isolamento”. 

Já em relação à crítica cinematográfica, ele discutiu o pouco espaço nos jornais e que os blogs tem preenchido um pouco esta lacuna. Marques deu dicas aos estudantes que querem ser diretores e roteiristas de cinema. “É preciso ter disposição para o filme. Sempre estamos aprendendo, mesmo que seja pra descartar depois. O cineasta e o artista que cria devem estar na rua, porque é preciso ter alguma coisa pra dizer”, disse.

O cineasta, nascido na cidade paulista de Campinas, mora em Salvador desde 1982, foi editor e crítico do jornal Coisa de Cinema de 1995 a 2003, responsável pela programação da Sala Walter da Silveira de 2007 a 2009 e, desde 2009, está à frente do Espaço Itaú Glauber Rocha, um dos principais cinemas de rua de Salvador.  Em 2013, o cineasta lançou, em parceria com a também diretora Marília Hughes, o longa Depois da Chuva.

O filme, que é o primeiro longa-metragem do casal, se situa em um momento específico do passado brasileiro, com a abertura democrática do Brasil na década de 80. Ganhador de três prêmios no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2013, o filme continua premiado. Conquistou, recentemente, o prêmio de melhor filme estrangeiro no Harlem International Film Festival, realizado em Nova York neste ano.






Perguntas

Como você começou sua carreira no cinema?
Quais as dificuldades em realizar seu primeiro longa aqui na Bahia?
Como você acha que se encaixa no cinema baiano e nacional? É um divisor de águas?
Como você avalia as políticas culturais para o mercado cinematográfico baiano nos últimos tempos?
Você acredita numa democratização do cinema? Como o espaço Itaú Glauber Rocha colabora com isso?
Qual a importância de ter salas de cinema fora dos grandes Shoppings Centers?
Qual a importância dos festivais como o Panorama Internacional Coisa de Cinema para o cinema baiano?


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Criatividade e conteúdo, traz audiência e prosperidade pro rádio baiano



 Por Tayane Costa

Você já deve ter ouvido falar no programa Conexão Transamérica e se já ouviu, com certeza conhece Ildázio Tavares. O nome você pode até não lembrar, mas a sua voz e a forma divertida de falar sobre todos os assuntos e até mesmo os tabus da sociedade, você se lembra. Pois bem, durante o Interculte, um evento feito pela Universidade Jorge Amado, este radialista deu uma palestra falando sobre Programas e Programações de Rádio na Bahia.


O palestra conversou com a gente após a palestra:

Jornalismo Unijorge: Quais são os principais pilares ter um programa de rádio?

Ildázio Tavares: Conteúdo, verba e produção. O conteúdo do radialista que trás de bagagem ao programa e o quando ele sozinho busca informações sobre o assunto de cada programa. A verba depende do que produz, do que interessa. A produção faz o planejamento, a marcação com o material humano.
 

Jornalismo Unijorge: O que precisa ter no rádio baiano?

Ildázio: Mais programas de variedades. Menos programas de esporte, política e entretenimento. Precisa de programas de mundo animal, nichos.


JU:Conte um pouco do momento em que entrou na transamérica?

Ildázio: Tinha acabado de sair da hipertensão e estava voltando para Salvador, quando Inés (da transmérica) me fez proposta de participar da transamérica. Fiquei por lá por 12 anos.


JU:Em que momento percebeu que estava famoso?

Ildázio: Após o hipertensão. Tinha revista com o meu rosto estampado e tudo mais. Eu comendo insetos e o povo perguntando como eu fiz isso.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cores e glamour marcam palestra de Gabriela Cruz

Por Lorena Souza

Moda, beleza, assessoria de comunicação e os bastidores de todo grande evento foram os temas da palestra de Gabriela Cruz. A editora do caderno Bazar do jornal Correio, foi uma das convidadas da nona edição do Interculte (Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologia e Educação) do Centro Universitário Jorge Amado, evento realizado entre os dias 28 e 30 de outubro.

Durante a palestra, Gabriela trouxe alguns números da São Paulo Fashion Week (SPFW), convites e releases de assessoria bem elaborados, além de nomes de jornalistas baianas que conseguiram se destacar no mundo da moda, a exemplo de Ágata Fidelis, formada pelo Centro Universitário Jorge Amado e que, atualmente, trabalha na L’Officiel.

Gabriela conta que o jornalismo a escolheu, porque o que ela queria mesmo era ser publicitária. “Quando comecei a cursar as duas faculdades, acabei optando por jornalismo e percebi que poderia trilhar um caminho que me fizesse feliz e posso dizer, hoje, que sou feliz.”

A palestrante respondeu algumas perguntas sobre a rotina do jornalismo, moda e estilo dos baianos:

Jornalismo Unijorge: Qual foi o melhor momento da sua profissão?

Gabriela Cruz: O amadurecimento é o melhor da profissão. Entrevistar um estilista como Vitorino Campos, 26 anos, que está estourado no país, e ele lembrar que me deu a primeira entrevista aos 19 anos. Ver como ele evoluiu e sentir que fiz parte indiretamente dessa história todas as vezes que escrevi sobre ele.

JU: Primeiro desfile que cobriu?

GC: Não lembro o primeiro desfile, mas lembro que a primeira entrevista foi para Cauã Reymond, quando ele desfilou na Semana Iguatemi de Moda há uns 10 anos e ele fez uma selfie comigo usando minha câmera (rs). Eu estava tirando fotos das araras com as roupas que seriam desfiladas e ele perguntou se eu não queria fazer foto com ele. Nesse mesmo dia, entrevistei a apresentadora Mariana Weickert, que na época era uma modelo estourada e estrela do evento. Não fiquei tensa porque vinha de um trabalho como assessora de imprensa de um sindicato que me colocou cara a cara com grandes executivos do país, presidentes de companhias como a Bradesco Seguros. Já estava preparada.

JU: Como funciona o trabalho de jornalismo de moda?

GC: No caso do Bazar, não fazemos jornalismo de moda apenas. Ele é um caderno de variedades. Escrevo mais sobre beleza ou decoração do que sobre moda, mas a moda acabou ficando mais presente do que os outros assuntos por afinidade. Leio muitas revistas, leio os sites, principalmente o FFW, estou sempre em contato com estilistas baianos, alguns viraram meus amigos, inclusive. Vivo em busca de um "furo", uma novidade.

JU: Como é a sua rotina?

GC: Chego no jornal por volta das 11h e fico lá até as 19h. Fazemos reuniões de pauta, vejo as necessidades da equipe (somos em 6), leio os emails (por volta de 400 por dia), faço minhas matérias e edito o caderno. Recentemente o Bazar ganhou uma página no site do jornal Correio e temos que pensar em conteúdo para esse canal também. Ainda somos fracos nas redes sociais, mas esse olhar está em nossos planos (falo "nossos" porque são decisões tomadas em equipe sempre).

JU: Está sempre em contato com as marcas?

GC: Tenho contato próximo com os estilistas locais. Quanto às marcas nacionais, recebo muita informação de assessoria de imprensa. Cabe a mim ver nesse material um recorte para nosso público.

JU: Acredita que os soteropolitanos são ligados em moda?

GC: Os soteropolitanos são ligados em moda em vários graus. Temos os mais interessados, que sabem de tudo que rola nesse universo, até as pessoas que entendem moda como algo trivial. Mas como uma grande metrópole, Salvador está sintonizada à moda e lançando algumas modas.


JU: Qual a maior dificuldade em ser editora de um caderno de variedades?

GC: Pensar o todo é difícil. Percebi que não posso abraçar o mundo. Tento estar sempre atenta e informada e aprendo todos os dias com os colegas. Vivemos uma relação de troca muito rica e isso ajuda a lidar com um caderno como o Bazar sem desespero. Essa vontade de querer saber sempre mais me ajuda a ser uma jornalista melhor, a não ficar ultrapassada, mas além dos assuntos do Bazar, tenho que saber sobre o que acontece na cidade, no país e no mundo, como cidadã e como profissional, já que tenho plantão em alguns fins de semana e, nesses momentos, preciso estar preparada para escrever e editar qualquer assunto, de política a futebol
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Caymmi é destaque em minicurso do Interculte


Por Lucas Pondé

Como escutar Caymmi e não se encantar com o seu cantarolar. Ê cancioneiro popular! Num canto da terra para o mar. Paisagem musical que melhor simboliza a obra caymminiana. Dorival. De voz grave, carregada de força e sotaque. Como um sopro de vento que balança a rede na batida do violão.

Algumas canções do repertório de Caymmi, como Na Baixa dos Sapateiros, Marina e Vatapá, formam o objeto de estudo das professoras Viviane Gomes, Amanda dos Reis e Cláudia Santos, responsáveis pelo minicurso “Música e Variação Linguística” – realizado entre os dias 28 e 30 de outubro, durante a nona edição do Interculte (Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologia e Educação) do Centro Universitário Jorge Amado.

Neste ano, o evento abordou o tema “Entre Acordes e Estigmas, Um Olhar Antropológico da Música Brasileira”. Além dos minicursos que abordaram as diversas áreas do conhecimento, palestras e mesas-redondas completaram a programação do Interculte.

A professora Cláudia Santos destacou a importância da expressão artística de Caymmi para o estudo da língua portuguesa. “O modo de se comunicar de personagens típicos da cultura popular está representado tanto nas letras das músicas quanto na forma dele entoar algumas sílabas, palavras e expressões”.

Ela destaca alguns exemplos em Na Baixa dos Sapateiros - composição de Ary Barroso, gravada por Caymmi em 1959: “amô”, “bobage”, “bocadinho”, “sofrê”, “encontrá” e “contá”. “As variações linguísticas presentes em Caymmi fazem parte da norma popular da língua portuguesa”. O linguajar característico do povo brasileiro varia em função de aspectos relacionados à diversidade geográfica, à classe social e a faixa etária, segundo a professora.


Os conceitos de morfologia, sintaxe e morfossintaxe, que contribuem para o entedimento das variações linguísticas, foram revisados pela professora Amanda dos Reis. A morfologia diz respeito à classe gramatical que as palavras exercem (substantivo, adjetivo, pronome, etc), enquanto que a sintaxe analisa os termos da oração (a função sintática) que cada um desempenha. O último nível, a morfosintaxe, aborda o estudo paralelo entre as duas abordagens.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Professor Paulo Leandro discute a internet e suas influências nas culturas e relações interpessoais

Professor Paulo Leandro discute a internet e suas influências nas culturas e relações interpessoais

Autor: Diogo Marques Freire
Faculdade: Centro Universitário Jorge Amado – 6º Semestre

Em uma palestra concedida na manhã de terça-feira, o professor de jornalismo e jornalista Paulo Leandro discutiu sobre como a internet influencia o comportamento do usuario atual, e que tipos de situações ela pode trazer

Segundo Paulo Leandro, a internet permitiu que fosse possível sermos multiculturais, isso é, termos conosco mais de uma cultura além da nossa, devido ao ambiente na internet, altamente globalizado, que para ele, acarreta em “um prolongamento da adolescência, devido à dificuldade de escolhas de identidade entre diferentes culturas.”

Para o professor, a internet também nos deixa mais ansiosos, e isso não se refere somente aos usuarios comuns. Jornalistas acabam por operar na forma da “highway”, isso é, ser rapido e direto ao informar, e isso acaba influenciando a comunicação de maneira geral, com textos cada vez mais rápidos e curtos, simples e diretos. Além disso, a internet, com a sua “biblioteca” de informação, gera “comhecimento mais aprofundado das transformações radicais em curso no mundo atual, e pode ajudar a rever antigas certezas a respeito do ser humano.”


Ao final da palestra, Paulo demonstrou casos de como a internet influenciou e ajudou pessoas, usando como exemplos casos de casais que se conheceram pela internet, ou pessoas que encontraram seus parentes(filhos, pais, etc), além de mostrar casos em que isso dá certo, ou que dá errado, como pessoas que se decepcionam ao encontrar o seu amado.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

João Jacomel faz palestra sobre Marketing Digital no Interculte

Filas monstruosas e shoppings lotados são alguns dos motivos que fazem muita pessoas desistirem de sair e comprar aquele produto que deseja.

Ainda bem que o mercado eletrônico está ai para acabar com esses problemas. Além de não ter que sair de casa, menos compras por impulso, acesso a produtos difíceis de encontrar e lojas 24 horas online são algumas das vantagens desse “novo velho” mercado.

Esse e outros assuntos foram tema da palestra do professor de Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação, João Jacomel que palestrou no Interculte (Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologias Educação) da Unijorge na última quinta-feira (30) sobre Marketing Digital.

A palestra aborda principalmente o mundo do E-Marketing, que é a aplicação das técnicas de marteking através dos novos canais online, ou seja, o conjunto de esforços desenvolvidos por uma organização através da internet, das redes móveis ou de outros meios interativos, com o objetivo de comunicar, promover e vender os seus produtos ou serviços.

João Jacomel acredita que conceitualmente o E-marketing pode ser dividido nos 8 P's.

"Precisão, pesquisa, projeto, personalização, propagação, promoção, publicação e produção são fundamentais para fazer sucesso nessa área".

A internet já é a quarta mídia que mais penetra no mundo da publicidade. Atrás apenas da TV aberta, do rádio e dos jornais. A frente de mídias mais antigas como a TV por assinatura e das revistas.


Sem dúvidas, é um mercado que só tende a crescer e que certamente gerará mais empregos e fluxo de renda nos próximos anos.

*Por Hugo Araújo 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Conferência Espetáculo com professor Guilherme Maia e Jam no MAM marcou abertura da 9ª edição do Interculte

Por: Isabela Sena 

Quem pensou que a 9ª edição do Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologias e Educação (Interculte) seria apenas mais um evento universitário, se surpreendeu com a abertura do evento que aconteceu no último dia 28 e contou com as participações do ilustre compositor, produtor cultural e professor doutor Guilherme Maia, que na ocasião falou sobre o tema “Entre acordes e estigmas, um olhar antropológico da musicalidade brasileira”. E da banda JAM no MAM.

A banda Jam no Mam deu início à sua participação na abertura da Conferência Espetáculo, apresentando  um show sensacional trazendo uma discussão complexa, mas bem humorada entre os músicos com grandes provocações sobre a musicalidade brasileira e estrangeira.

Dando prosseguimento ao evento, o professor Guilherme Maia fez várias provocações acerca do tema sobre o que é música brasileira e de que modo essa música brasileira nos afeta? “Eu arrisco dizer que o que nos diferencia dos outros vem da tradição africana, não da europeia. É uma espécie de ‘sotaque’. Um músico estrangeiro pode aprender tecnicamente toda a estrutura de uma música, mas não executá-la como um brasileiro”, diz Maia.

“A música trabalha diretamente com energia. Talvez sequer nós, músicos, saibamos dar conta do quão sofisticado é o fazer musical. Ninguém faz uma música por nada. Faz-se para que alguém escute, e nesse ato de escutar espera-se que aconteça algo com a outra pessoa”, diz Guilherme Maia. "Dizem que a música é a representação das paixões. Eu diria que é a estimulação das paixões, a capacidade de provocar sentimentos", acrescentou.

Foi uma verdadeira enxurrada de conhecimentos a Conferência Espetáculo ministrada por Guilherme Maia. Os participantes mantiveram-se atentos e interessados ao longo de toda apresentação, e saíram todos satisfeitos com todo conhecimento disseminado, com esperança de que a próxima edição do Interculte seja produtiva tanto quanto foi à edição 2014 ou ainda melhor.

“Entre acordes e estigmas, um olhar antropológico da musicalidade brasileira” foi tema do 9º Interculte, promovido pelo Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge) entre os dias 28, 29 e 30 de outubro.  Como em suas edições anteriores, o evento contou com palestras, mesas redondas, oficinas, minicursos e apresentações de trabalhos acadêmicos. O evento é realizado anualmente, e tem como objetivo viabilizar a criação de um espaço de convergência e socialização de questões integradas a múltiplos conhecimentos é um espaço destinado a alunos, docentes e pesquisadores de diferentes instituições e áreas do saber.

O que o mercado de trabalho espera dos futuros profissionais, além da competência técnica?

Por Hugo Leite

Paulo acorda às 6h30, como já estava programado pelo seu despertador, toma café da manhã, faz o asseio pessoal e vai para o trabalho, certamente, depois de dar um bom dia para seus filhos e esposa.

Chega ao escritório às 8h, pontualmente, e já recolhe a papelada com o chefe do setor. Daí até o final do dia segue à risca o cumprimento do seu exercício de funcionário padrão.

O funcionário padrão desejado pela hierarquia de muitas empresas, a exemplo do personagem fictício Paulo, começa a ficar ultrapassado. Hoje, além do cumprimento técnico de suas atividades é esperado algo a mais do profissional.

Atualmente, no mundo globalizado em que vivemos, as pessoas tendem a ter mais contato com as outras, e conseqüentemente acabam se tornando mais eficazes nas relações interpessoais, qualidade de extrema relevância no universo profissional.

Como explica a professora de Psicologia Organizacional da FTC, Norma Fontes, os atributos pessoais são complementos indispensáveis às habilidades do profissional moderno.

“Função alguma dispensa o domínio de habilidades de relacionamento, disponibilidade para trabalhar em equipe ou cooperar para o alcance de resultados, além da ética e do bom senso nos processos decisórios,” diz a docente.

A professora Norma enfatiza ainda mais a importância de possuir tais requisitos no mercado de trabalho.

“Desenvolver tais habilidades torna-se imperativo, ao tempo que amplia as possibilidades de colocação no mercado de trabalho, e consequentemente, o desenvolvimento e permanência no mesmo,” conclui.

Aluna da Pós-Graduação de Obstetrícia da FTC, Tatiana Assis, percebe as novas exigências do mercado profissional no seu ambiente de trabalho.

“Trabalho na área de educação e sinto que há uma cobrança por parte da chefia para que se construa um bom relacionamento interpessoal; saiba lidar com os conflitos; e que tenha espírito de liderança,” explica.

Tatiana diz que compensa a carência do investimento em habilidades pessoais com um comportamento autodidata.


“Eu tenho lido diversos livros e materiais sobre temas relacionados às competências pessoais, justamente o que não pude aprender na vida acadêmica,” revela a estudante.

Semana Jurídica debate "Sexualidades, Famílias Contemporâneas e Cultura Jurídica”

Por Hugo Leite

A VII Semana Jurídica da FTC que nesta edição discutiu o tema “Direito e Sexualidade”, teve início no dia 15 de outubro, no auditório Astor Pessoa, com o Pocket Show de Marina Garlen e a mesa redonda “Sexualidades, Famílias Contemporâneas e Cultura Jurídica” com os palestrantes Felipe Garbelotto, Ricardo Henrique, Teresa Cristina Oliveira e Marina Garlen.
À noite, para discutir o tema “Sexo, Poder e Direito”, o evento contou com a palestra de Gilton Carlos Santana, pós-graduado em Direito Público, e a apresentação do curta-metragem “Depois de Tudo”.
A introdução ao tema do debate foi dada com a exposição do filme que aborda a intimidade de um casal homossexual em suas relações domésticas. Em seguida, o palestrante Gilton Santana debateu as questões de gênero no meio jurídico sob uma perspectiva histórica e com foco nos grandes pensadores.
“A história da sexualidade nos remete a Aristóteles. Ele afirmava que a mulher era um ser incompleto. Já Diderot, dizia que a fêmea era comandada pelo útero, enquanto o homem era regido pelo cérebro”, explicou.
Para Gilton Santana, a família tem um papel fundamental na relação de igualdade entre os sexos.
“Mesmo que o Estado tenha uma política que assista às mulheres, o maior dever de respeitar os direitos inerentes ao gênero está no núcleo familiar”, diz.
Segundo ele, a sociedade ainda carrega preconceitos e não está pronta para viver uma fase mais libertária quanto às diferentes escolhas sexuais.
“A liberdade sexual ainda é um tabu. As pessoas têm dificuldades em aceitar o diferente e as reproduções de estereótipos, no que diz respeito aos papeis do homem e da mulher, contribuem para esse quadro”.
De acordo com Viviane Conceição, estudante do 3º semestre de Direito da FTC, a temática da Semana Jurídica é importante para deixar o aluno informado sobre as problemáticas atuais.
“Debater esse conflito é muito pertinente. A Faculdade é o lugar ideal para tratarmos dessas questões. E o estudante de Direito tem que estar atento a um assunto tão em voga na sociedade,” diz a discente.  
O vídeo "Pergunte às Bee - Retrospectiva", marcou a abertura dos trabalhos do dia 16 de outubro. Posteriormente, o evento seguiu com o tema "Sexualidade em Cárcere" com os palestrantes Ana Lívia Braga, Luiz Araújo, Jalusa Arruda e Marcus Magalhães.
O segundo dia do evento contou ainda com a apresentação do trabalho discente "Estupro Carcerário - notas introdutórias" com José Amauri dos Santos Nascimento; o minicurso " Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes" com Sandra Santos.
À noite os participantes puderam conferir a Mostra de Vídeo "Os Sapatos de Aristeu" e o debate sobre o tema "Sexualidade: interfaces com os movimentos sexuais e políticas públicas" com a presença de Paula Torres e Gesner Braga.
No dia 17 de outubro, último dia da VII Semana Jurídica da FTC os presentes acompanharam, pela manhã, a mostra do Vídeo "Rotas da Ilusão" seguido de debate com o tema "Tráfico de Pessoas para Fins Sexuais e Organização LGBT" com os palestrantes Admar Fontes Júnior e Gilmário Nogueira, tendo como mediadora da mesa, Fabíola Coelho. Pela tarde foi realizado o minicurso "Movimentos de Prevenção e Combate ao Tráfico de Pessoas".
À noite, o evento contou com um debate interdisciplinar sobre o tema central do evento: “Direito e Sexualidade” com a presença da Doutora em estudos do Direito, Salete Maria da Silva, que abordou o assunto “Gênero, Sexismo e Praxis Jurídica” em sua palestra.
“O sexismo explica porque o homem é tido como o paradigma da sociedade. Ele é o parâmetro. E o Direito sedimenta quem pode exercer sua sexualidade” afirma a doutora.
Para ela, as decisões dos tribunais explicitam qual é o entendimento social quanto ao espaço masculino e feminino na sociedade.
“O Direito de Família está impregnado de uma lógica patriarcal em que à mulher é destinado o privado (casa) e ao homem o público (trabalho). Essa interpretação fica clara, quando os juízes dão a guarda dos filhos às esposas. O que é jurisprudência até hoje” explica Salete Maria.
Professor de Psicologia da FTC Feira de Santana, Adriano Cysneiros, falou da família e suas novas composições.
“Os saberes que visam proteger o núcleo familiar acabam por torná-la uma estrutura rígida, que não está aberta a singularidades” pontua o docente.
Na opinião de Adriano Cysneiros, a integridade da família é abalada pelas expectativas que os pais têm sobre a vida dos filhos.
“A educação transmitida aos filhos é centrada em investimento e retorno. O que acaba sendo a causa do afastamento dos que se tornam homossexuais”.   



As redes e suas implicações sociais e emocionais

Por Hugo Leite

O relacionamento interpessoal ganhou novos contornos a partir das ferramentas de interação que a internet nos apresenta. Se antes os fatos podiam repercutir pela vizinhança, ou até mesmo aos ouvidos de todos no bairro, agora as redes sociais fazem nascer polêmicas em poucos segundos, com abrangência até mundial.

O fascínio que as redes sociais desperta é proporcional à desinformação dos usuários, que no afã de publicar e compartilhar informações, ferem o direito do próximo, muito em função do desconhecimento dos termos de uso de cada rede.

Segundo a coordenadora do curso de Direito da FTC Feira, Geruza Gomes, não há um controle legal para punir os usuários infratores.

“As pessoas agem nas redes sociais acreditando que não serão identificadas e também contam com uma legislação cibernética incipiente”, diz.

Porém, com os diversos casos relacionados a crimes digitais, o Congresso Nacional aprovou no fim de 2012, a inédita lei 12.737/2012, que faz referência a crimes virtuais. Em vigor desde 03 de abril de 2013 e conhecida como lei “Carolina Dieckmann” – A lei não possui relação direta com o caso, mas o avanço das discussões do projeto coincidiram com o vazamento de fotos íntimas da atriz na internet – a legislação tipifica como crime pontos importantes da segurança digital, como a invasão de computadores ou dispositivos móveis de terceiros, conectados ou não à Internet, para envio de vírus e acesso a dados sem autorização.

Como terreno informal, as pessoas também costumam propalar fatos inverídicos e disseminar o disse me disse, numa onda de profusão de informações sem fontes confiáveis e nem apuração do ocorrido. Assim, acabam espalhando o medo, como no caso da célebre invasão marciana divulgada por Orson Welles, em uma rádio americana, no começo do século passado.

Perseguições na rede

Capaz de mobilizar milhares de pessoas em torno de uma causa digna, como nas manifestações de junho do ano passado no Brasil, as redes sociais também têm mostrado o poder de gerar perseguições racistas e discriminatórias, chegando a formar grupos com esse tipo de perfil.

Pensamentos xenófobos, homofóbicos e de intolerância religiosa ganham espaço nas redes sociais, onde muitas vezes não há um filtro capaz de restringir esse tipo de ideologia.

“A falta de cultura que toma conta da sociedade dá vazão a essa onda de ideias e correntes discriminatórias, que se espalham pelo ambiente virtual. Essas novas ferramentas virtuais são apenas facilitadoras do que sempre existiu,” argumenta a coordenadora.

Além da veiculação de preconceitos, a dignidade dos usuários tem sido atingida por meio da circulação de imagens e vídeos íntimos, que em alguns casos, chegam a causar suicídio entre os jovens expostos a esse tipo de repercussão na rede.

A coordenadora do Serviço de Psicologia e Clínica Escola da FTC Salvador, Laiz Cardozo, fala sobre os danos emocionais que podem ser causados pela exposição excessiva nas redes sociais.

“Estamos numa sociedade intimamente ligada à exibição e a rede social é um instrumento forte no processo da coisa privada se tornar pública. Nesse cenário, as pessoas perdem o limite entre os dois campos e acabam comprometendo suas vidas sociais por compartilhamentos de documentos pessoais”.


Ela também comenta as possíveis implicações emocionais. “As consequências variam de pessoa para pessoa, mas os sintomas mais comuns de uma repercussão de imagens ou vídeos indesejados são crises de ansiedade e até um quadro de depressão,” explica Laiz.


Comunicação nas organizações

Por: Maurício Gramacho

Com o tema ‘Comunicação nas organizações: ferramenta para gerenciamento de crise’, o Prof. Me. Derval Gramacho ministrou um minicurso para mais de quarenta participantes inscritos na nona edição do Intercult/2014, um evento multicultural realizado pala UNIJORGE da Av. Paralela.

Atualmente lecionando nos Cursos de Administração, Marketing e Logística do Campus Comércio, o professor defende a tese de que toda crise passa pela comunicação, principalmente porque nenhuma pessoa possui repertório idêntico ao de qualquer outra pessoa.

Partindo dessa premissa como o primeiro e mais difícil ruído para consumar um processo comunicacional positivo, Gramacho afirma que ao tentar tornar comum uma informação, um fato, um evento, um acontecimento, em parte, isto se realiza;  contudo, a mensagem será decodificada por cada receptor de acordo com sua capacidade cognitiva de assimilação, interpretação e negociação que lhe é dada pelo seu repertório (bagagem de vida), por sua cultura e até mesmo pela ideologia à qual está submetido.

Por mais fácil que possa parecer o fato de nos comunicarmos todo o tempo, comunicação não é um processo simples ou de fácil realização. Toda comunicação se realiza através de um processo de negociação, ou seja, cada código componente da mensagem vai ser interpretado pelo receptor a partir de uma negociação que compreende os valores que cada código tem para este sujeito, de acordo com os significados que para ele representa cada significante.

Destacou também a importância de não nos damos conta de como o nosso consciente e inconsciente são rápidos e capazes de processar essas ações em frações de segundos. Os demais ruídos da comunicação parecem sumir diante do gigantismo deste fenômeno.

“Uma má comunicação é, quase sempre, o principal estopim de uma desavença, de uma briga, do rompimento de relações, de desestruturação, logo, gerador de uma crise por vezes irreversível”, disse Derval. “O mau uso das palavras e das normas gramaticais, a desobediência às regras ortográficas que podem levar a interpretações completamente equivocadas, até a obediência cega às regras do Word que, via de regra, não são verossímeis, podem complicar ainda mais o objetivo de produzir uma boa comunicação”, completou.

No âmbito da comunicação organizacional, destacou que a primeira atitude de quem quer comunicar é identificar o público alvo de sua mensagem, respeitar-lhe a diferença, as variáveis culturais, o nível sócio-educativo.

E, ainda que sejam empregados os melhores recursos, nada será suficiente para garantir o convencimento pleno de um discurso. Por mais que se pareçam uns com os outros, é preciso entender que cada sujeito da espécie humana tem sonhos, desejos, pulsões, e vontades únicas.

Ao final da sua explanação, o professor concluiu brilhantemente que, sendo cada indivíduo um organismo exclusivo, específico e diferente de todos os demais, acredita que a comunicação entre os sujeitos se realize por aproximação dos valores de cada um; da negociação constante das suas verdades, o que pode permitir ou possibilitar a cada comunicado uma resposta positiva, mas que não implica na aceitação do que está sendo comunicado.

A audiência se manteve atenta e interessada ao longo de toda apresentação, e saiu satisfeita com todo conhecimento disseminado, com esperança de que as futuras edições da Intercult sejam igualmente produtivas.